terça-feira, 1 de maio de 2007

Sanebras & Sanepíndia

NOS JORNAIS DESTE SÁBADO, 28 de abril: a Índia aprovou lei fixando prazo para o povo parar de defecar nas ruas. Nada para as vacas, que na Índia são sagradas e fazem o número dois onde bem entendem. Talvez o próximo governo resolva, pois tem chance de reeleição - uma pesquisa estima diferença de 10 milhões de indianos a favor.
Mas fiquei matutando, apesar dessa constipação que me trava tudo desde o dia 26, quando o Paraná debateu o trabalho da Sanebras no esgoto do Litoral.

A Índia tem um bilhão de habitantes, oitenta por cento na linha da pobreza, tanto que se banham no Ganges. O que dá 800 milhões de cidadãos todo santo dia indiano fazendo as necessidades nas ruas. Como comem muito pouco, quase nada, devem produzir em média 100 gramas diários per capita. Ou per intestinu. Isto representa 8 bilhões de quilos de cocô indiano por dia (!) - o certo seria calcular em metros cúbicos. Não estou seguro do número - se soubesse fazer contas estaria no Paranasan calculando esgotos e reequilíbrios. Incluí as reincidências dos que vão às ruas - ou vão aos pés, como no Rio Grande do Sul - mais de uma vez ao dia.

Não é falta de esgoto, noticia o Bombay Times. É excesso de indianos, pra não dizer excesso de cocô. A Sanepíndia, retomada dos ingleses, foi ouvida no Raj, o Congresso de lá: tem dificuldade para obter financiamentos, mas seus técnicos são eficientíssimos. Foi muito aplaudida no Raj a exposição da engenheira Indira Schwankaguptra. O BT registra um tumulto no Raj quando o diretor Mahatma Jacabgandhi - experiente e calejado especialista da área - propôs a distribuição de enteroviofórmio à população até que a rede de esgotos indiana cubra (!) 30% da população.

Pra uns constipação é problema. Pra outros é solução.
(publ. no blog do Zé Beto, J. do Estado)

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