sábado, 12 de maio de 2007

De profundiis

De profundiis é do Salmo 130. Das profundezas a ti clamo, ó Senhor. (...) Se tu, Senhor, observares as iniquidades, Senhor, quem subsistirá? O salmo também foi usado por Oscar Wilde na cartinha para o namorado traidor. Ousado, esse uranista. E agora eu, tentando ser cristão, acusado de gay nas mensagens que recebo. Que não publico porque anônimas (os missivistas ainda não descobriram que existe IP). Gay que gosta de garotinhos. Gosto mesmo - e de garotinhas, cachorrinhas, galinhas (de preferência caipiras e com polenta), até coelhinhas - , tanto que o nome deste blog é homenagem a um garotinho. Tem um missivista que me chama de corcunda caolho, de 1,50, vesgo. Aí acerta na meia verdade. Caolho sim, efeito de cirurgia, e por isso também vesgo - até assumi este em criação quase literária. Corcunda, quase; desobedeci ao dr. Vialle quando recomendou RPG. Agora, 1,50 é maldade, doeu. Tenho 1,683, que disfarço com sapato de plataforma, calça com cintura baixa (como aquelas do Burt Reynolds) e outros recursos que não revelo. Isso só pode ser vingança de quem se identificou com Lara Cuervo, o mais bem acabado personagem da minha ficção. Não ofende, só diverte. Para minha sorte tenho excelentes amigos em todas essas categorias. E exemplos literários; além do O. Wilde o Gore Vidal, que uma vez perguntado sobre suas preferências saiu-se com esta: "no sexo já experimentei de tudo, menos crianças e animais. Mas ouvi dizer que o reino vegetal oferece imensas possibilidades". Não cheguei nem perto. Corcundas, teve o de Notre Dame, paradigma de justiça e humanidade, o Stephen Hawking, que vai viajar pelo espaço. Já caolhos, então, a lista é imensa e recito de memória: Sartre, Camões, Jack Elam, o melhor coadjuvante do faroeste, Moshe Dayan e Filipe da Macedônia - aquele que derrotou Ciro. Ciro, da Pérsia. No entanto, há gente que me acha bonito, sensual e charmoso. São pouca(o)s. Mas contam.
Dou folga de hoje até segunda, se agüentar e os "maus companheiros" permitirem - afinal, mandam no pedaço. Segunda-feira volto para dar batalha.
PS. Vou contar um segredo. Isso de maus companheiros - que acho uma contradição em termos - é coisa do Botto, que recita o SE, do Kipling, de trás para a frente. É o texto de auto-ajuda dele. Para Ele.