sexta-feira, 22 de junho de 2007

Vamos relaxar. O governo está gozando de nós

O presidente Lula está reunido com o ministro da Defesa, Waldir Pires, para discutir a crise aérea. Os dois são a metade da crise. Lula determinou que Paulo Bernardo negociasse com os controladores, e depois recuou; também impediu que o comandante da Aeronáutica aplicasse punições quando o caos aéreo se agravou. Quanto a Waldir, tem tanto envolvimento nos assuntos de seu ministério que deve ainda escrever "Defeza".
Já a sexóloga do Turismo relaxou e está gozando de todos nós: só viaja em aviões da FAB, como revela o Globo Online Extra:
Marta Suplicy já fez 47 viagens pela FAB desde que assumiu ministério
Max Leone, do Extra
RIO - Enquanto a população sofre com os atrasos de vôos nos aeroportos, a ministra do Turismo, Marta Suplicy, relaxa numa aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), em mais uma viagem, a 47ª desde que assumiu a pasta. Desta vez, Marta decolou para El Salvador, onde participa da 46ª Reunião da Comissão Regional das Américas da Organização Mundial de Turismo, das Nações Unidas.
Diferentemente dos usuários comuns, a ministra tinha motivos para “relaxar e gozar”, como sugeriu na semana passada a quem estava com problemas para embarcar. A representante brasileira na reunião não teve problemas e chegou a tempo em seu compromisso oficial.
Marta Suplicy parou de viajar em aviões de carreira depois que deu a infeliz declaração. Algumas pessoas mais ligadas à ministra afirmam ser coincidência, mas existe a desconfiança de que ela estaria com medo da reação dos passageiros.
Segundo o ministério, a solicitação feita à Aeronáutica foi para que o avião levasse a ministra e a trouxesse no sábado. O ministério informou, porém, que a decisão de esperar ou não será da FAB, que avaliará a necessidade do uso da aeronave.

Qual a avaliação popular do governo do Estado?

A CNN divulgou hoje a pesquisa de popularidade de George Bush: três pontos acima da pior de Richard Nixon no pior momento do escândalo de Watergate. O atual presidente é vice-campeão de impopularidade. No Brasil, mensalmente temos pesquisas de popularidade do presidente, o mesmo acontecendo em alguns Estados - de primeira classe, no nível do Paraná, como insistiu ontem o deputado Rocha Loures, em Brasília. Curioso que no Paraná não são divulgadas as pesquisas oficiais de popularidade do governador. A sociedade civil devia se ocupar disso. Ajuda a todos.

Rever o orçamento do Estado, urgente

A pressão do governo do Estado contra a multa pelos títulos podres exige a revisão do orçamento de 2007. Na Assembléia pôs-se dúvida sobre o superávit de 2006 - na realidade um déficit, pois foi indevidamente computada a multa como crédito do Estado contra a União. Sem ajustes na lei orçamentária, ela continuará sendo a peça de ficção de sempre: dotações no papel e contingenciamentos de despesas o tempo todo. Resultado: retardamento de projetos, atrasos com os fornecedores e herança para o sucessor. Pelo menos nas heranças malditas existe justiça - todos os governos deixam as suas. A comissão de orçamento e finanças da Assembléia Legislativa bem que podia acompanhar as finanças mais de perto, diariamente. Se não em nome do espírito público, que seja pela tranqüilidade mínima no próximo governo.

Cangüiri Futibór Crube

Do saite do Supremo Tribunal Federal.
"O querelante [Requião] é parte ativa ilegítima em ação penal”, considerou o relator, ministro Cezar Peluso. Segundo ele, a Procuradoria Geral da República tem razão ao ponderar que os fatos devem ser analisados à luz do Código Eleitoral e não do Código Penal, como pretende Roberto Requião. “É que, na verdade, as supostas ofensas proferidas em debate entre candidatos na campanha eleitoral, configurariam em tese os direitos tipificados nos artigos 325 e 326 do Código Eleitoral”.
Faiô, bateu na trave!

A podridão dos títulos podres

Temos que admitir: quando o governador se acalma, é calmaria no Estado - faltam ventos e tormentas. A diferença é que a calmaria era risco para os navios a vela e para os paranaenses é paz, retorno à cordialidade, escudo e escusa dos donos do poder. Que subsiste até a terça-feira seguinte, quando o governador assume sua ancestralidade sergipana. O assunto do momento são os títulos podres do Banestado, dívida que segundo o DEIP departamento estadual de imprensa e propaganda nasceu no governo Lerner, só nele. Não interessa aos políticos discutir a origem da dívida, que não foi só o acordo imposto pelo governo federal para privatizar o banco. O acordo foi o efeito. A causa é mais remota e alcança os governadores eleitos desde a fundação do banco. Sim, porque todos fizeram do Banco do Estado - e não foi só o Paraná - o caixa paralelo do governo, o orçamento clandestino do Estado, o concubino do Tesouro. Usavam o banco para financiar interesses que o orçamento não suportaria. O governo Lerner tem pecados - e muitos, alguns imperdoáveis - mas nessa história do Banestado eles foram veniais. O pecado mortal quanto ao Banestado vem de governos anteriores. Jogar para a herança maldita lernista é sempre a surrada tática ensinada por Goebbels, o patrono dos comunicadores oficiais.

E a Sanepar? Fica como está?

Sanepar e sindicatos chegaram ao entendimento. Bom para o povo do Paraná - se é que isso conta, dado o histórico pregresso e recente. Tudo que a imprensa levantou nestes seis meses continua: a gestão amadorística, o inchaço empreguista, a falta de visão estratégica, o aparelhamento político e o acobertamento de desvios administrativos. Nada indica que algo vai mudar e quem vai sofrer será o Tesouro do Estado, obrigado a tapar a falta de recursos pela manutenção da tarifa, dos subsídios e da estrutura inchada e cara. Não esqueçamos também daquilo que está sendo varrido para debaixo do tapete, como a investigação do Paranasan e da gerência de comunicação social, para falar dos mais visíveis.

A reforma política

Difícil acreditar que a reforma política em pauta no Congresso seja em benefício do povo e não dos políticos. O tema central é o voto de lista, se esta será aberta ou fechada. Ponto positivo na reforma é a fidelidade partidária, ou seja, os votos serão para o partido. Com isso põe-se um basta ao entra-e-sai de parlamentares nos partidos. Saiu do partido, perdeu o mandato. A dúvida é se os congressistas vão aprovar assim.
O voto distrital, velha aspiração dos que acompanham a vida política, nem foi cogitado. Nem na sua forma pura, nem na mista. Em linha geral funciona assim: estados e municípios são divididos em distritos, pelo critério da população. Os candidatos disputam nos respectivos distritos. O mais votado é o eleito, admitindo-se também um segundo turno. As vantagens: o candidato tem vínculos com o distrito, é conhecido dos eleitores e estes têm meios de cobrar-lhe atuação. Complica aqueles que colhem votos em todo o Estado, por exemplo, exclusivamente pela popularidade ou fama – mas que podem continuar assim na hipótese do voto distrital misto.