sexta-feira, 22 de junho de 2007

A podridão dos títulos podres

Temos que admitir: quando o governador se acalma, é calmaria no Estado - faltam ventos e tormentas. A diferença é que a calmaria era risco para os navios a vela e para os paranaenses é paz, retorno à cordialidade, escudo e escusa dos donos do poder. Que subsiste até a terça-feira seguinte, quando o governador assume sua ancestralidade sergipana. O assunto do momento são os títulos podres do Banestado, dívida que segundo o DEIP departamento estadual de imprensa e propaganda nasceu no governo Lerner, só nele. Não interessa aos políticos discutir a origem da dívida, que não foi só o acordo imposto pelo governo federal para privatizar o banco. O acordo foi o efeito. A causa é mais remota e alcança os governadores eleitos desde a fundação do banco. Sim, porque todos fizeram do Banco do Estado - e não foi só o Paraná - o caixa paralelo do governo, o orçamento clandestino do Estado, o concubino do Tesouro. Usavam o banco para financiar interesses que o orçamento não suportaria. O governo Lerner tem pecados - e muitos, alguns imperdoáveis - mas nessa história do Banestado eles foram veniais. O pecado mortal quanto ao Banestado vem de governos anteriores. Jogar para a herança maldita lernista é sempre a surrada tática ensinada por Goebbels, o patrono dos comunicadores oficiais.

Nenhum comentário: