terça-feira, 12 de junho de 2007

Entrevista à Revista Idéias

Na Escolinha de hoje o governador baixou a borduna no Fábio Campana, segundo se diz devido à entrevista que dei à Revista Idéias (está também no site www.fabiocampana.com.br). Sobrou pra mim. Até relevo a atitude do governador: só muito tarde ele veio a reconhecer que sou "meio doido". No meu humilde entendimento é outra coisa: não fiz pacto de silêncio. Fiz pacto com o interesse público, e isso bem antes de o governador entrar na política. Paciência, é o meu combate. Só não relevo ao governador ter feito isso na presença de visita, como o Mino Carta. É coisa que se aprende em criancinha. Em tempo: Mino não veio, problemas com a nave.
A propósito, fiz uma correção à entrevista. Mandei para o Zé Beto (www.jornaldoestado.com.br), que me pediu comentário. Coisa de somenos. Se tiverem paciência, leiam.
ZB
Só há um erro na entrevista que dei à Revista Idéias: que fui exonerado da Sanepar. Erro menor, mera tecnicalidade, que nem atribuo a falha dos entrevistadores, pois sequer me perguntaram sobre isso. Depois, pedindo para sair ou sendo mandado embora o resultado técnico é a destituição pelo Conselho - ou exoneração. Pedi para sair. Vinha querendo sair seis meses antes, só permanecendo a pedido e em solidariedade a Sergio Botto, que insistia na minha permanência. Coincidentemente, quando apresentei a Botto, presidente do Conselho de Administração, formal e definitivamente, meu pedido de desligamento, ele, Botto, pediu para eu aguardar na ante-sala e preparou o dele. Não sugiro nenhuma conclusão apressada: 1) que Botto saiu por minha causa, pois penso que para um e outro houve mera coincidência nos limites individuais de saturação do governo; 2) não passei a falar por despeito, por ter sido "exonerado", já que tudo que falei de público já falava e escrevia internamente como diretor e conselheiro - entrevista e blog vieram mais tarde, depois que voltei a ser cidadão e não estava mais preso aos deveres de confidencialidade e lealdade como integrante da administração.
RD

Hoje vai faltar lugar na Escolinha

e sobrar decepção. É que a companheirada estará lá hoje pensando no Mino, o extraterrestre verde, amigo do Bolinha, o único Mino que conhecem. Esse outro, o Carta, não tem nada com gibis. Será que a amizade nova ajudará a imagem do governo no cenário nacional, logo agora que a confiável IstoÉ deixou mal o governador na reportagem sobre a saída do secretário Caron? Podiam ter convidado o Domingo Alzugaray, dono da IstoÉ. A turma conhece. Ele foi galã de fotonovelas da Revista Você, que circulou no final dos anos 50.

Sanepar - o problema são os salários?

A greve acabou não saindo. Foi bom para a população. Não custa sonhar: será que vai cair a ficha e o governo finalmente percebe que a empresa precisa ser reorganizada? Impossível. Lá está tudo bem. O que há por aí é só invenção: da imprensa canalha, das viúvas de Lerner ou das carentes amantes da Dominó. Não precisa muita coisa. Começa pela revisão da estrutura e o modo de escolha dos dirigentes. Abrem-se oportunidades às centenas de técnicos qualificados; e manda-se os trinta ou quarenta funcionários estratégicos para uma casa confortável, ampla, com churrasqueira, lareira, estacionamento - como aquela da gerência de auditoria interna - e que eles fiquem lá jogando baralho ou pebolim. Ou que nem apareçam. Reduz-se ao máximo o número de assessores, ou dá-se trabalho a eles. Na pior das hipóteses não se lhes exige mais o DNA para entrar na empresa. Os sindicatos até podiam ajudar, pois sindicalismo não é só briga por salários.