terça-feira, 15 de maio de 2007

A respectiva e a outra

Não se pode servir a duas senhoras. Estou adaptando o preceito bíblico aos políticos. Uma, a Respectiva, como li dia destes numa legenda do Reinaldo Bessa; a Outra, a Política. Difícil conciliar, e quase sempre quem sai perdendo é a respectiva. E se a atenção vai para a respectiva, é a outra quem larga o sujeito. Os casos da semana. Menem, o ex-presidente da Argentina, está se separando da mulher, Cecilia Bolocco. Chilena, ex-Miss Universo, Cecília foi fotografada topless em Miami, com um namorado italiano. A señora Menem está com tudo em cima. Já o maridão, avançado nos 80 anos, sofre os efeitos da gravidade. O presidente da França tomou posse hoje. A mulher não estava lá. Sequer votou no segundo turno. Certeza da vitória? Nem mulher de político tem. Ela voltou ao marido durante a campanha. Estavam separados há algum tempo. Como a señora Menem, também foi fotografada com um bonitão rico numa praia dos EUA. Maridos bem na política, mal no casamento. Já nos EUA decide-se nesta semana a sorte de Paul Wolfowitz como presidente do Banco Mundial. Pode perder o emprego. De tanto conviver com os latino-americanos ele resolveu dar um aumento tão grande no salário da patroa que ela passou a ganhar mais que a secretária Condoleeza Rice, do Departamento de Estado - por sinal chefe dela. A outra pode dançar. E a respectiva do Wolfowitz não faz boa figura em trajes de banho.

Greca, apareeça!

A COHAPAR está se instalando num casarão vizinho aqui do MAX. Benjamin Constant com General Carneiro. Se perdemos o Instituto da Tutela Antecipatória, que o prof. G. Marinoni pretendia ali instalar, há a esperança de que o presidente/secretário Raphael Greca, sempre fiel ao patrimônio arquitetônico, transfira para cá seu gabinete. Daí teremos nossa vingança poética. Ele vai sofrer conosco o alargamento da Benjamin, que fez como prefeito e que transformou a até então bucólica rua numa pista de velocidade.

A beleza não é fundamental

O deputado Clodovil baixou hospital. Crise hipertensiva causada pela encrenca com a deputada Cida Diogo - do PT, que dúvida - a quem chamou de feia. O mais sério é que negou à deputada aptidões que para ele só as mulheres bonitas podem executar. Clodovil se justifica, dizendo que as mulheres o conhecem. Sem dúvida conhecem. Ele é que não conhece as mulheres. Se conhecesse, saberia que não existe isso de mulher feia. Vinícius de Moraes lembrou há um tempão: a gente só rejeita as mulheres muito feias. Está naquela Receita de Mulher, que nunca dá errado. E quanto às tais aptidões, ora Clô, vê se te enxerga! Você só sabe vestir as mulheres.

Wilson Montenegro, homem raro

Na chamada hoje um nome chamou-me a atenção: tinha lá Guilherme e Montenegro. Não é lapeano, nem parente do doutor Wilson Montenegro, já falecido. Grande sujeito o doutor Wilson. Foi prefeito da Lapa nos anos 80, e tive o privilégio de trabalhar com ele. Homem bom, generoso. O que mais gostava de comentar - e fazia sempre - era que tinha sido eleito com diferença de um voto. Para ele, uma honra. Para mim, prova de grandeza. (E não estou com falta de assunto).

Se sbagliò la colomba

Ex-simpatizante do MAX reclama da notinha sobre a Zenaida articulata. Achava que eu estava cutucando, pois tem pombo no nome e escreve em jornal. Expliquei e torno a explicar: a história é real, tanto que vem no Estadão de hoje. Do Paraná só entram os pombos de Paranaguá, que não são zenaidas, nem articulatas. E longe de serem amargosas. Já os jornalistas entram na história por mero e nada intencional acaso: foram eles que noticiaram sobre os pombos paulistas e sobre os pombos parnanguaras. Tem gente me levando muito a sério. (O título da nota é homenagem ao cantor ítaliano Sergio Endrigo, a quem devemos grandes músicas - duas delas sobre pombos).