quarta-feira, 27 de junho de 2007

O MAX errou, de leve

O release do Mãos Limpas não é da Agência Desnotícias. É de araponga-companheiro, daqueles que dão o tapa com a mão do gato. Recebi dois desses tapas e sei como acontece. Mas que veio de uma agência, isso veio – e não é bancária, nem dos correios. Se a forma é falsa, o conteúdo é verdadeiro: conferir com a coluna de Fábio Campana, no Estado.

As mãos sujas de Sergio Botto. De ingratidão

Mãos Limpas

  • Requião constata imperícia em ações de Botto de Lacerda O governador Roberto Requião começa a desconfiar que não era tão bem assessorado juridicamente como imaginava quando o procurador-geral do Estado era Sérgio Botto de Lacerda. A desconfiança começou durante o encontro com o advogado geral da União, JoséAntônio Dias Toffoli, em Brasília, acompanhado da nova procuradora, Jozélia Broliani. Segundo o advogado da AGU as ações judiciais movidas pelo Paranánão poderiam prosperar por inépcia jurídica. Requião tem sido alertado que também se deve a imperícia técnica o fato denão terem prosperado as ações que o governo do Estado moveu contra Mário Celso Petraglia, Giovani Gionédis e Jaime Lerner nos escândalos da Divalpar e Olvepar.
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    Isso aí de cima é release da Agência Desnotícias, distribuído na segunda-feira às redações. Tão sério e confiável que ninguém publicou. Como 1 + 1 dá dois, somando com a coluna de Fabio Campana no Estado do Paraná de hoje, a conclusão é que Jozélia Broliani, procuradora geral do Estado, conferiu e abonou o cálculo, pois ela estava no Mãos Limpas.

    Se foi assim – se Jozélia não desmentir – foi um tiro no pé de todos os procuradores do Estado.
  • No de Botto, no meu. Pior, no dela também. Botto anos e anos foi advogado criminal e eleitoral dativo de Requião. Incompetente. Como procurador, Botto salvou Eduardo Requião de muitas enrascadas no Porto de Paranaguá – eu estava lá, vi tudo. Botto evitou descalabros na Sanepar. Sempre incompetente, com "imperícia técnica". Eu então, nem se fala: depois de todas as tentativas do consultor externo, consegui liminar para retomar o controle da Sanepar. Me defendo: tenho sorte, não tenho juízo e sou burro.

  • E que dizer de Jozélia Broliani? Na gestão Botto na PGE foi a principal assessora, o cérebro consultado o tempo todo por ele; o estrategista primeiro de todas as suas ações. Tão próxima que assumiu a PGE indicada por Sergio Botto. Naquele tempo ele não era imperito? Ela não foi também imperita? Ouviu críticas e deixou o Botto ao relento, negou sua origem bottiana?

  • Escândalos Olvepar e Divalpar, é melhor o governador se informar melhor. O governo Lerner teve na condução desses casos a assessoria decisiva – não há como negar – da PGE. Os mesmos procuradores que atenderam os casos no governo Lerner estão hoje em altas funções no governo Requião.

    E a presidente da Associação dos Procuradores do Estado hoje gastou dinheiro dando café para os deputados, tentando fazê-los entender da idoneidade das medidas do governo sobre os remédios. Doutora Vera Grace Paranaguá Cunha, como ficamos? Que nem mulher de malandro, que apanha calada?
  • Já o advogado geral, Dias Toffoli, mostrou que é daqueles advogados que não aprenderam que desmerecer o colega adversário só diminui o valor de sua vitória e de sua qualidade profissional. Todo advogado tarimbado sabe disso. Mas quem é Dias Toffoli? - Funcionário do PT, como tantos, que chega ao cargo pela burocracia do partido. Não consta que ele tenha o vulto de um Caio Tácito, um Seabra Fagundes, um Luis Gallotti, um Paulo Brossard, um Nelson Jobim, que foram advogados-gerais antes dele.

MAX de endereço novo

O MAX está com saite e endereço novos: maxblog.adv.br. As postagens por algum tempo virão neste e no outro. O novo tem mais recursos e é interativo. Apareçam.

O boi voador

Quem foi que foi que falou que não tem boi voador?
Aeroporto, espera interminável, já relaxado, quase gozando, comecei a ouvir a conversa dos dois sujeitos atrás de mim. Pelos sotaques, um devia ser goiano e o outro catarinense. Transcrevo de ouvido: "pô, quase pegam a gente. Na nota eram doze, mas o carinha da fiscalização dizia que só tinha oito caminhões com a boiada limpa, congelada, pronta pra mandar pra Europa. Não eram os de sempre, esse era novo ou queria entrar no esquema. Tivemos que chamar o meu diretor e o seu, os dois vieram de helicóptero pra acertar a encrenca". O catarina pergunta: "os outros quatro eram aqueles de sempre? " "Sim", diz o goiano, " já foram para a sua rede, recebemos em dólar, a clientela tá pagando em real e já deve ter comido o churrasco".

O pivô da múmia

DNA é maça! O teste feito no molar de quase quatro mil anos foi decisivo: era a múmia da rainha Hapseshut. Não propriamente rainha, rainho talvez. Gordona, diabética, vestia-se de homem, tinha - ou aplicava - barba e exigia ser chamada de faraó. Não há registro, ainda não se sabe se aquela sandália numero 43 era dela ou da assessora, sepultada na mesma câmara.
Não fosse difícil, pois tem que contratar advogado e ir à Justiça, eu pediria que o secretário de Saúde pagasse o exame de DNA de um pivô, que achei em minha sala da Sanepar - e que guardo até hoje (usei luvas para recolher). Nunca soube de quem é, mas desconfio. Foi logo depois que repeli um mandão que me pedia para aprovar pagamento esquisito. Só sei que era quase uma múmia. Também diabética. Daquelas de filme de terror.

Italianos sem imaginação. Brasileiros espertos

Me deu vergonha de ser oriundo. Em Volterra, Itália, a Fortezza Medicea, presídio de segurança quase máxima, foi transformado em restaurante. Ladrões, homicidas, espancadores de domésticas, cozinham, servem as mesas, montam cardápios. O metre, pasmem, é ladrão de bancos, em perpétua. E tem lista de espera para atender a italianada, que quer conhecer os mafiosi e os malavita.

Povo burro esse italiano. No Brasil temos isso há anos, e cada vez funciona melhor. Há pequenas diferenças, por exemplo: o cardápio não é tão rico – aqui só servimos pizza; não é num presídio – é em todos os executivos e legislativos do país; e o pessoal dos restaurantes aqui ainda não foi preso. No resto, é tudo igual.

As tartarugas ligeiras e os funcionários vagais

Lembram a história? O sujeito era tão devagar que se dessem duas tartarugas para ele cuidar, uma com certeza escapava.
O governo do Paraná segue o figurino. Todo secretário é o controlador dos funcionários de sua área. O mesmo com os diretores de estatais. Ao lado deles, também no Executivo, o melhor dos controles, o da Secretaria de Planejamento, que também é de Gestão, fiscalizando os gastos. Em paralelo, o Tribunal de Contas também controla. Um é controle interno, outro externo.
O governador tem tamanha obsessão pelo controle que criou a SEOGE, auditoria e ouvidoria. Não satisfeito fez a Secretaria Especial de Controle, a ser tocada pelo vice-governador, quase detonado pela SEOGE. Para ficar seguro, o governador entrou na dança e assumiu o controle do controle do controle do controle: não faz outra coisa senão controlar - e assinar, assinar, assinar grandezas e miudezas. Deu até para arbitrar dissídio de funcionários da Sanepar, cuja diretoria está descontrolada.
Dias desses o governador veste farda (de general, para ficar acima dos coronéis) da PM, monta um daqueles alazões da corporação e faz patrulha a cavalo. E nos controla.
Entrou mais um agora no controle do controle do...: o Ministério Público, inovação que desta vez não foi do governador, mas do conselho de administração dela, sim, da Sanepar, emblemática do descontrole.
Tartarugas demais ou sujeitos vagais de menos?