domingo, 20 de maio de 2007

Se eles me ferrarem...

Passei o dia vasculhando na internet registros da passagem d'Ele pelo Oriente. (Amanhã, com certeza, o Gerson Guelman terá entupido os jornais locais com o Arcanjo de Curitiba). Acabo descobrindo mais uma do Paul Wolfowitz, despedido do Banco Mundial pela prática de nepotismo. Vem no Guardian, de Londres, a ameaça que PW fez aos colegas de diretoria se negassem o aumento para a namorada dele, Shaza Riza: "If they fuck me or Shaha, I have enough on them to fuck them too", em tradução livre e palatável para as tias que lêm o MAX "se eles me ferrarem ou ferrarem a Shaha, tenho material para também ferrá-los". Recebi ameaça igual de bem posto companheiro quando, no governo, fui acusado de ferrar (o verbo é dele e aplicado no sentido literal brasileiro, de ferrar mesmo) uma shaha dessas, protegida do dito cujo.

Eu quero ter um milhão de amigos...

Uma carta de Sérgio Paulo Barbosa, colega e - descubro agora - admirador. É o estímulo de que o MAX precisa. As cartas só vêm anônimas, e quando assim não são publicadas. Idiossincrasia (desculpem a palavra, mas não tem outra). Sempre gostei da espontaneidade do Sérgio. Mas cada vez que o vejo não consigo deixar de pensar no Stuart Whitman, um canastrão aposentado do cinema americano. O Stuart, não o Sérgio. O título é do Roberto Carlos.
Querido Rogério Distéfano
Tenho lido o Max diariamente e me deleitado com o texto perfeito, irretocável, com a opinião abalizada, firme e confiável.
Muitas vezes, é verdade, fico "boiando" até reconhecer os personagens parabólicos (das parábolas - tá certo?), mas informação assim, de dentro e fornecida pela pessoa envolvida, não se despreza. Tenho aprendido muito.
A primeira coisa que faço ao ligar o micro é acessar o Max.
Abraços e parabéns
Sérgio Barbosa

Fiani para governador

Anotem o nome: Fred Dalton Thompson. É um americano grandão, 64 anos, bem casado, pai e avô, ex senador pelo Tennessee - cadeira que era de Al Gore, antes de ser vice-presidente. É ator, daqueles coadjuvantes que os cinéfilos adoram. Quem gosta de cinema americano vai lembrar dele como o chefe da casa civil que levou um soco do Clint Eastwood naquele filme em que o Clint fazia um guarda-costas do presidente. (O Iatauro do filme ficou o tempo todo atrapalhando tanto o Clint que o presidente quase leva um tiro do John Malkovitch, que fazia o bandido). Mais uma dica: ele foi o promotor chefe no começo daquele seriado que passa até hoje, o Law & Order. Explicação do Fred para recusar uma terceira disputa ao senado, que estava no papo: "depois de dois anos em Washington, tenho saudades do realismo e da sinceridade de Hollywood". Neste momento Fred está sob intensa pressão para apresentar sua candidatura a presidente dos EUA (edição de hoje do Washington Post). Vai dar trabalho, pois ele lembra o Reagan: ator passável, marido dedicado, ficha de serviços à comunidade, bonitão - e com passagem breve e digna em cargos públicos. (Fred nunca apareceu pelado em filme nenhum).
Se ator profissional dá certo para presidente nos EUA, por que não tentamos um deles para governador do Paraná? Eu fecho com o Fiani, que há mais de vinte anos dá o sangue para manter o pouco de teatro que temos aqui. Nunca pediu dinheiro - não ia ganhar mesmo - de patrocínio para essas estatais que só gostam de quadros estrangeiros.

Requião san

O editor do MAX subiu nas tamancas com a reportagem do NYT abrindo espaço para o Arcanjo de Curitiba. Só pode ter sido um daqueles mimos à imprensa - nem o vetusto Times, apesar do motto all the news that's fit do print, está livre disso. Como o blog ainda não tem correspondente no Japão, foram disparados acessos frenéticos aos sites em inglês do Asahi Shimbum e do Tokyo Express para localizar registros da passagem d'Ele na expedição ao Oriente. Nada, nem no site do JBIC Japan Bank for International Cooperation, parceiro de nossa Sanebras. A amiga Fukuko Koarata, fluente no japonês, está a caminho da redação do MAX para vasculhar os jornais redigidos naqueles ideogramas. Pelo menos já se sabe que a grafia do nome d'Ele em japonês segue a imagem idealizada de um ginete (homem a cavalo).
Com certeza o enviado especial do Correio Metropolitano lá está para nos reportar os sucessos da expedição d'Ele. Mas quando? Isso do Arcanjo de Curitiba ter chegado antes ao The New York Times está me deixando passado.

Jaime Lerner, arcanjo de Curitiba

Da correspondente do MAX nos EUA, Paula Falce, ex-editora assistente do South Florida Business Journal. Está lá, edição de hoje (20 de maio de 2007) do The New York Times, quatro colunas, sob o título "The road to Curitiba" uma extensa matéria sobre o legado de Jaime Lerner como prefeito da cidade. Reportagem minuciosa, fixada na humanização e no zelo ambiental pela cidade, ilustrada com fotos dos pontos de referência da "acupuntura urbana" operada por Lerner. Recomendo a leitura, basta clicar o nome do NYT no Google. Como sei tudo, paciente terminal das intervenções lernistas, só registro a conclusão da matéria, quando o repórter saiu-se com essa do título: "JL, o arcanjo de Curitiba". Colonizado até a medula, o MAX curva-se à clarividência do Norte e deixa de aplicar a Lerner aquele apodo ofensivo, Gordinho Sinistro.

Pleonasmo enfático

O MAX traz hoje a primeira colaboração de Ricardo Marrone, seu correspondente internacional baseado em Hamburgo, Alemanha, também titular do blog Prozac (r) Republic (http://prozacrepublic.org). Ricardo compartilha com o editor do MAX a paixão pelo Paraná Clube, em si mesmo um pleonasmo, e resgata passagem memorável da Gazeta do Povo.
O presidente do Paraná, José Carlos de Miranda, usou seus conhecimentos de professor de Português para justificar a passagem citada na coluna Intervalo há duas semanas, na qual usou o termo "pessoa humana", tido como redundância. "Se eu quisesse polemizar diria que simplesmente fiz uso de um pleonasmo enfático", disse o dirigente, tentando explicar que quis deixar claro não estar se referindo a nenhuma pessoa má, ou seja, desumana.