quinta-feira, 10 de maio de 2007

O gordinho sinistro

Leitores têm telefonado para saber quem é o personagem Gordinho Sinistro, a nêmesis d'Ele. Aceito a crítica, estou escrevendo de modo um pouco cifrado. Mas, gente, a bom entendedor meia palavra bas.. Quem é o único inimigo d'Ele, escolhido por Ele? Inimigo que não está nem aí, pois anda livre, leve, solto e alegrinho por este mundo de meu Deus? Já sacaram? Vou deixar que pensem mais um pouco.
Só explico hoje o seguinte: Gordinho Sinistro era o apelido de Augusto Frederico Schmidt, editor, poeta e político, influente ministro da presidência Juscelino Kubitschek. Apelido dado, me parece, por Carlos Lacerda. Chamo o nosso personagem de Gordinho porque é obeso. Sinistro, é porque assim Ele o vê e sente. Pra mim é só gordinho. Em quem nunca votei - ele sabe, e nem por isso jamais me negou um cordial cumprimento, porque tem a virtude da tolerância e da civilidade.

Auto-denúncia

Estou pedindo nesta semana ao promotor Odoné Serrano Jr. que me processe por improbidade administrativa. A mim e a outros da Diretoria e do Conselho da Sanepar - isto se ficar demonstrada responsabilidade de alguns de nós. É assunto de minha época de diretor e conselheiro: a Expedição Paraná, iniciada em 13 de setembro de 2005, e com patrocínio, entre outros, da Sanepar. Por que improbidade? - Por que da Expedição participou Marco Aurélio Jacob, filho de Stênio Jacob, na época e até hoje presidente da Sanepar. A análise do patrocínio passava pela diretoria jurídica - minha responsabilidade -, e a aprovação era dada pela diretoria plena e pelo conselho de administração - dos quais era integrante. O condicional lá de cima vale: isto se. Responsabilidade de alguém há, pois a companhia não pode legalmente patrocinar evento de que participe, tenha interesse ou aufira qualquer benefício parente de diretor ou conselheiro. Digo de antemão, e isto não me absolve, que não percebi no processo lá dentro a indicação de que o filho do presidente S. Jacob estava na Expedição.
Confiram-se www.clickmarket.com.br e das prefeituras de Castro, Irati e Apucarana nos www.cidade.pr.gov.br, ainda no site do Museu Oscar Niemeyer, com novo patrocínio da Sanepar para a exposição lá feita.
Adianto que não tenho nada contra Orlando Asevedo, a quem a denúncia não atinge. E também que tomei conhecimento disso agora, encaminhado por leitor.

A propaganda é a alma do governo

O governo federal já comprometeu neste ano acima de 12% do orçamento das despesas de propaganda. Isto dos R$ 370 milhões programados. Em infraestrutura de saneamento aplicou 0,14%, de R$ 1,8 bilhão totais, no mesmo período. Traduzindo: gastou 370 milhões em propaganda e 2,5 milhões em saneamento. Os valores totais podem impressionar, mas a prioridade nos gastos impressiona muito mais - choca, na verdade. Não adianta culpar só o presidente, pois o Congresso aprovou o orçamento. E a inspeção externa do T. de Contas deve acompanhar permanentemente a execução do orçamento. Lá como cá é assim, pois as regras são as mesmas. Lá tem o SIAFI, o sistema de informações financeiras; cá temos a Gestão do Dinheiro Público, da secretaria da Fazenda. Os dois disponíveis pela internet. O telhado, portanto, é de vidro, transparente como as divisórias do esqueleto do Centro Cívico.