domingo, 6 de maio de 2007

Jet Set

O editor do MAX cruzou casual e socialmente com Reinaldo Bessa, colunista da G. do Povo, aquele gentleman profissional. Aliviou-o de um saboroso Partagas e fez de tudo para chamar a atenção do jornalista para a elegância da patroa, que envergava um pretinho básico - e põe básico - de causar inveja. Nada. Então o MAX retalia e entra na praia do Bessa. E só de birra nada registra sobre o tuxedo da patroa dele.

Carta de Puebla

A conferência dos bispos latino-americanos aconteceu no México, em Puebla de los Angeles, entre 27 de janeiro e 13 de fevereiro de 1979. A imprensa do Paraná - aquela outra, na época não existia ainda a Agência de Notícias - esteve lá, pelo correspondente especial da Gazeta do Povo. Adivinhem quem? - Pois é, aquele "fofoquerro", o Celso Nascimento, como diria bem a propósito o saudoso dep. Miran Pirih. Descobri na Biblioteca Pública, nos velhos jornais lá arquivados. (Entre Ele e CN existe uma disputa estilo Ratzinger versus Boff). Aí vai uma das conclusões de Puebla. Fui fortemente tocado pela crítica à "releitura" de Cristo. Particularmente quando os bispos insistem na "salvação integral por amor transformante, de perdão e reconciliação"; nada disso do "Cristo como político, revolucionário, como o subversivo de Nazaré". Não misturar as coisas de Deus com as dos homens. Leiam. Meditem.
Em outros casos se pretende mostrar a Jesus como comprometido politicamente, como um lutador contra a dominação romana e contra os poderes, e inclusive implicado na luta de classes. Esta concepção de Cristo como político, revolucionário como o subversivo de Nazaré não se coaduna com a catequese da Igreja. Confundindo o pretexto insidioso dos acusadores de Jesus com a atitude de Jesus mesmo - bem diferente - se aduz como causa de sua morte o desenlace de um conflito político e se cala a vontade de entrega do Senhor e mesmo a consciência de sua missão redentora. Os evangelhos mostram claramente como para Jesus era uma tentação tudo que alterasse sua missão de servidor de Javé". Não aceita a posição daqueles que misturavam as coisas de Deus com atitudes meramente políticas. Rejeita inequivocamente o recurso à violência. Abre sua mensagem de conversão a todos, sem excluir os próprios publicanos. A perspectiva de sua missão é muito mais profunda. Consiste na salvação integral por amor transformante, pacificador, de perdão e reconciliação. Não resta dúvida, por outro lado, que tudo isto é muito exigente para a atitude do cristão que quer servir de verdade aos irmãos menores, aos pobres, aos necessitados, aos marginalizados, numa palavra, a todos os que refletem em suas vidas a face sofredora do Senhor.

MAX friendly

Amigos do MAX - que nunca sonhou ter tantos - reclamaram do modelo original, de fundo preto. Prejudica a leitura, era a queixa. Pois bem, mudou hoje. Se não gostarem, avisem. Estamos aqui para servi-los.

Wilde Pugliese, adeus

Wilde Pugliese, filho, marido, pai, avô, irmão, magistrado e amigo. Partiu ontem, depois de longo sofrimento. Não consola absolutamente dizer que não falhou em nenhum dos papéis. Foi excelente em todos. Deixa um legado de amor, honradez, sucesso e exemplos. E muita saudade, muita mesmo. À sua mulher e filhos, a quem deu atenção e esperança nos piores momentos da doença. Aos amigos e colegas, a quem ditou da cama mensagem de agradecimento e a quem jamais privou do sorriso franco e da acolhida calorosa. Foi juiz honesto, eficiente e dedicado. Exerceu a profissão sem arrogância e soberba. Seus filhos vivem nos valores que transmitiu e obedeceu por toda a vida. Foi um homem. Dos melhores.
Adeus, Wilde, querido amigo. Não suportei acompanhá-lo até a despedida final.

O "negócinho" d'Ele

Neste sábado à noite, recepção de casamento dos filhos do José Leon Zindeluk e do Miguel Krigsner. Entre os presentes Lerner e Requião. Lerner, alegre, solto, relaxado, muito cumprimentado. Tá certo, era um judeu ilustre em festa de judeus. Já Requião era o oposto: deslocado, amparado na Maristela, isolado, com aquela expressão típica quando sem a claque da Escolinha. Tentei cumprimentá-lo e desisti, pois desviou o rosto. Nem sei se ficou para o jantar, ninguém soube informar. O velho Requião de guerra ressurgiu na pilhéria: disse a um conhecido que este estava uma graça com aquele "negócinho na cabeça". O "negócinho", que Requião também portava, trata-se do kipah, o solidéu judaico. Com tantas leituras e tantos eleitores entre os judeus Ele devia saber o nome e a importância do "negócinho".