sexta-feira, 4 de maio de 2007

Fã do Max

Cara CM. É disso que o MAX gosta, é isso que o MAX quer: amigos e leitores como você. Obrigado pelas palavras e pela indicação sobre a Carta de Puebla. Semana que vem pretendo começar aqui um seminário pueblino. RD.
Em tempo: no seu caso vou discordar do ZB, patrono e padrinho do MAX: é tudo, tudo mesmo.
Prezado
Leitora, amiga e coleguinha de profissão do Zé Beto, somente hoje fui conferir seu blog, atraída pelo texto sobre a Jabiraca. Dificilmente me surpreendo, mas confesso que fiquei admirada com a qualidade dos textos que li - e li todos. Parabéns. Como tenho o texto completo da Carta de Puebla ( procure no Google em Celam) resolvi enviá-lo.
Abraços.
CM
P.S- Virei sua fã e leitora assídua, o que como diz o Zé Beto, não é nada, não é nada, não é nada mesmo.

O tempo perdido

O MAX BLOG tem exatos cinco dias de vida e nasceu com amigos de infância. Como o Renato Andrade - fera da advocacia criminal e miateiro - que inaugura o marcador dos colaboradores. Bem vindo, caro Renato. Só não agradeço por ter-me rejuvescido: não saí da Federal no fim dos anos 70, sim no começo. Mas tive a sorte de conhecê-lo mais tarde, vizinhos de escritório. Um abraço no Romeu. A vocês dois aquele convite do dono do Rick's: "Apareeçam!". RD
Nos Estados Unidos, apesar da Guerra do Vietnam, costuma-se dizer que os anos 60 foram os mais extraordinários no desenvolvimento da sociedade daquele país. Talvez justamente porque enfrentaram uma guerra e travaram outra interna com aqueles que eram contra a batalha, os americanos desenvolveram técnicas de auto-defesa que causam inveja. Nada é mais exemplificativo do que o filme Hair. A quebra de regras sociais, o afrontamento da elite seguramente mantida no País, os pobres, negros e imigrantes cuidadosamente escolhidos para ir para a Ásia, a liberdade sexual, as drogas. Tudo de ruim ou de bom dos anos 60 são hoje lembrados com intensa saudade e nostalgia. Na França, os movimentos estudantis que também a par da violência, forjaram toda uma geração. No Brasil, o tempo perdido. Quando se quis romper com o sistema, os tanques foram para as ruas; quando de pretendeu repetir movimentos estudantis, os cavalos e cassetetes desfilaram na avenida; quando se quis sexo livre ou a alucinação das drogas, ninguém tinha força física para tanto, porque a repressão se fazia ouvir e fazia calar. Nossa geração não tem absolutamente nada a lembrar dos anos 60 ou 70, a não ser lamentar o tempo perdido.
Já no final dos anos 70, quando entrei na Faculdade de Direito da UFPR, dela estava se retirando o Rogério Distéfano. O curso de Direito havia chegado ao fundo do poço e ninguém tinha grandes expectativas até profissionais. A ditadura ainda falava alto naqueles tempos. Mas o RD sempre foi um sonhador, sempre teve esperanças, sempre teve na veia aquelas boas lições dos anos 60. E a maior prova de que romper com o sistema faz bem para a saúde, é que criou o seu blog. E no século XXI, do politicamente correto e da era da informática, fez do MAX o paço da liberdade para que qualquer amigo possa se manifestar, falar mal de quem merece e bem daqueles que são verdadeiramente bons.
Se perdemos tempo nos anos 60 e 70, podemos e devemos nos recuperar. Comprar um carro conversível, fazer nosso trabalho de forma séria, criar nossos filhos, cultivar os amigos e matar apenas saudades e não os velhos e novos vietcongs, que não fazem absolutamente nada a não ser assombrar. Depois desaparecem...
Viva o Max e o tempo perdido, porque só assim podemos nos recompensar daquilo que nos tiraram, principalmente as idéias, mas nunca os ideais!
Renato Andrade – Advogado e já amigo do Max.

Expresso Jabiraca

Terça-feira que vem faço de tudo para assistir a Escolinha. Se não me deixarem entrar, vejo na TV. Estive lá duas vezes, nos dois anos que fiquei no governo – um daqueles puxa-sacos me disse que iam fazer chamada; como o emprego pagava bem, não podia perder o salário. A malta deve ter fofocado pra Ele e agora nada, nem uma secretaria especial, um conselhinho de estatal, nem viagem Ele me oferece. Nunca fui boto, perdão, peixe d'Ele. Paciência.
Terça Ele lança o Expresso Jabiraca, os ônibus para os deputados. Pra mim vai ter infinitamente maior alcance social que o Luz Fraterna, a Tarifa Social – quem inventa esses nomes?. Que dirá daquele Panela Cheia, do RR I – ou isso foi idéia do Tolstoi da agricultura, o Osmar?
Ele entende de povo, sabe do quê o povo precisa. Vejam a votação. E de jabiracas, então nem te falo - tem quatro lá no estábulo: o Fordeco com o logo da loja do vovô, um Santana que faça-me o favor, e aqueles dois conversíveis, brancos (ui!) e horrorosos, Alfa e Peugeot. Dizem por aí que agora incorporou a jabiraca máxima, um Jaguar, igualzinho àquele do PHX.
Como quem tem jabiraca tem medo, já vou avisando a malta e a turma do varal: também tenho uma flotilha de. Mas – assim como Ele – provo a fonte e a renda. E de mais a mais, jabiraca sai barato, tão barato que até se distribui em sorteio.

Arriba Dinelson

Esqueça essa maldade da crônica esportiva, de que você vacilou, foi estrela, ao bater direto e a bola ser desviada. Eles esquecem que o gol do Josiel foi você quem armou. Bola pra frente, tem mais jogo e nós vamos chegar lá. Nós paranistas não temos isso de ficar culpando o jogador, ainda mais você, que só nos tem dado alegrias – meu primeiro neto vai se chamar Dynnelson, Max Dynnelson, em sua homenagem, claro que com nome repaginado. Também não entramos nesse escapismo freudiano de culpar o juiz. Tá certo, é uruguaio, tem aquela síndrome de República Cisplatina, Mercosul, guerra das papeleiras, essas coisas. O adversário, meta na cabeça, é daqueles cavalos criados ali em Ciudad del Este, só dá pra saída.
Agora, meu rei, toma cuidado quando jogar na Vila. Trabalhei ali perto e sei das coisas. Naquela zona não tem urubu, como aquele que perseguia o Fluminense. Mas tem um cara ali por perto que dá chabu, lá isso dá.

Tributo a Gordon Scott, Tarzan

Ninguém superou Johnny Weissmuller, o primeiro Tarzan. Lex Barker quase chegou perto, mas era bonito demais para convencer (consta que foi ele, casado com Lana Turner, que mostrou o doce mistério da vida para a filha desta, aquela que depois matou o mafioso, namorado de Lana). Eu gostava mesmo do Gordon Scott, que morreu ontem, aos 80. Foi o primeiro com musculatura trabalhada, pouco convincente para um Tarzan criado na selva, embora haja controvérsias: meu amigo Marco Pinheiro, personal trainer, diz que ter sido criado pelos gorilas, que são primatas do chão – e não macacos das árvores – ele tinha tudo para desenvolver, e não alongar os músculos, como o Weissmuller. Aguentei duas Serramaltes com esse papo.
Nasceu Gordon Weschkull, deixou no primeiro ano a faculdade de educação física e seguiu numa série de empregos: instrutor de tiro, de judô, luta corpo-a-corpo, guarda-costa, policial, cowboy e até vendedor. Alguém em Hollywood ficou impressionado pelo volume de seus bíceps (e só dos bíceps) e ele fez seis Tarzans entre 1955 e 1967. Num desses, "A maior aventura de Tarzan", tinha dois coadjuvantes peso-pesado, Anthony Quayle e Sean Connery – que só virou 007 em 1962. Depois disso, a Holywood pré Schwarzenegger passou a buscar Tarzans menos bombados e Gordon Scott foi acolhido na Itália, onde fez dezoito filmes, entre históricos, daqueles míticos Macistes e até um "Filho do Sheik". Tinha uma excelente química – nada de "coisa de pele", como Lula e Requião – com Steve Reeves, outro fortão bonitão, com quem fez "Rômulo e Remo".
Casou-se com Vera Miles, a melhor das loiras de Hitchcock, e tiveram um filho, Gordon Scott. Era um Tarzan com um sorriso algo cínico, meio maroto, mais para cowboy que para homem-macaco.
Adeus, Gordon.