segunda-feira, 4 de junho de 2007

O requionês é do MAX

Ramiro Wahraftig, colega de malhação, espalhou que o Requião para Idiotas, o dicionário do MAX, foi chupado do Macaco Simão. Coincidência. Se não, Houaiss copiou Aurélio. A idéia e o método vieram de longe, de Ambrose Bierce, Dicionário do Diabo. Nem quis comparar Requião a Lúcifer. A diferença é grande. Tá certo que Requião disse uma vez que pra ganhar eleição fazia aliança com o tinhoso. Requião, sim, copiou a frase. De Winston Churchill. Só que Churchill não teve que se explicar para a Igreja Anglicana.

Sergio Botto no MAX

Sergio Botto é o primeiro colaborador do MAX. Aproveitem e reflitam. Tive que reduzir porque o espaço aqui é caro.
Filosofando
"O Pessuti é o político mais leal que conheci em todos os tempos. Me acompanha desde o início e é merecedor de todo meu respeito e admiração" (frase de Roberto Requião, em discurso de posse dos Secretários, em janeiro de 2007).
Não há muitos dias, tive oportunidade de rever um filme dos antigos: Spartacus.
Ocasião para confirmar que antigamente - tal como hoje - a corrupção se cola preferencialmente aos ricos, e que os pequenos são capazes de coisas maravilhosas ainda que lutando contra tudo e contra todos. É apenas um filme, sem dúvida. Mas aquela revolta dos escravos - que existiu historicamente e colocou efetivamente em causa o poderio romano - não teria sido o que foi se as coisas não se tivessem passado desse modo, pelo menos nos aspectos essenciais. Ocasião, também, para lembrar certas cenas que já não recordava exatamente e tinha vontade de rever. Uma delas sucede depois de os escravos terem perdido a batalha final. Os sobreviventes estão sentados em grupo no chão, rasgados e feridos. O comandante da Legião romana anuncia-lhes que escaparão à morte se o informarem dentre eles quem é Spartacus, no caso de ainda estar vivo. E Spartacus está realmente vivo, sentado entre os amigos. O momento é de grande tensão. O realizador foca os olhos do chefe dos revoltosos e os olhos de vários dos companheiros. Está muita coisa em jogo: a vida de todos eles. Eram amigos. Muito tempo de contrariedades, lutas e perigos vividos em comum os tinha unido de tal forma que era como se formassem uma só coisa. Agora os romanos queriam apenas o chefe... Acontece por vezes que as grandes decisões se têm de tomar em muito pouco tempo. Spartacus ergue-se para revelar a sua identidade. A sua morte libertará os amigos. Mas quando vai dizer as palavras fatais, há um companheiro que se levanta mesmo ali ao lado e diz: «Eu sou Spartacus». É mentira, mas ele di-lo. Talvez porque de alguma forma seja verdade... E logo outro homem se levanta, dizendo as mesmas palavras. E outro. E outro... Depressa estão todos de pé diante do oficial. Todos eles são Spartacus... e acabarão por morrer crucificados, um após outro, numa fila de cruzes que encheu quilometros de estrada até entrar em Roma. Existe algo de grandioso na atitude de Spartacus, que se entrega para salvar a vida dos amigos. Mas não é menos bela a reação dos companheiros. E há qualquer coisa em tudo isto que nos atrai irresistivelmente, porque o bem é atraente. A lealdade consiste em não abandonarmos os nossos deveres e compromissos; em não abandonarmos os nossos amigos, os nossos amores e as pessoas que confiaram em nós. É uma manifestação da grandeza da liberdade humana: leva-nos até ao fim do caminho que escolhemos, apesar de todas as dificuldades e obstáculos. Na cor aparentemente cinza de estarmos todos os dias fielmente no nosso lugar, existe, escondido, o ouro daquilo que é sólido, firme e verdadeiro. Um homem leal é como uma rocha. Transmite segurança e espalha luz à sua volta. Ao longo da História dos homens, como na cena do filme, a lealdade conduziu muitas pessoas a grandes sofrimentos e, até, a uma morte cruel. Mas, nos nossos dias, é uma virtude esquecida. Qualquer novidade aparentemente vantajosa nos faz esquecer os deveres e nos leva a quebrar os nossos laços, enchendo a nossa vida de traições a que nos vamos habituando.

Ninguém encurra o Paraná. Ninguém

De novo o São Paulo nos apronta. Ano passado foi a carenagem da bandeira, a gata paulista, que desconcentrou a equipe. Ontem, o juiz de nome esquisito, Leonardo Gaciba, deferiu dois aditivos pro S. Paulo. Não incomoda, foi uma vitória moral, deixou o campeonato emocionante para o Paraná Clube. Incomoda é esse Abrahão Benício, do Jornal do Estado, escrever que o "São Paulo encurrou o Paraná" (está na edição online). Pra enquadrar o Benício nem precisa Analista de Bagé. Ele vai pro pelego do Josiel mesmo. Já o joelhaço fica por minha conta. De mais a mais, pra mim, Benício, nem o Murilo - que perdeu a Giovanna Antonelli prum gringo.

Prefeito cafajeste

Sergio Botto, dizem, recusou a boquinha do Japão. Que nada, prontinho, fazia troça: "viajo com passaporte, cartão e uma camisa limpa. O resto, compro. Cueca e meia, viro ao avesso". Foi vetado pelo cateterismo mais vinte e quatro horas na classe econômica. Era convite retórico. Mas tem outro bacana, este sim insistentemente convidado. Que recusou a boca - melhor: arrepiou. De medo. Está jurado de morte no Japão. Todo mundo conhece o figura. É parlamentar, não digo se federal ou estadual, nem se é municipal; é bonitão, dança um tango de deixar portenho con dolor en los pelotes. Quando recita um certo poema de Gullar não tem mulher que resista. Veste-se como vendedor de bíblia, único senão. De vez em quando sai do ar, entra em alfa – manha pura, nessa hora a sedução aconteceu ou você foi jantado no conchavo. Foi prefeito no Paraná, cidade do segundo ou terceiro planaltos, não sei ao certo. Bom prefeito, quase reeleito, só tinha um problema: fazer gracinha. Que nem o outro, o grandão do primeiro planalto. Lançou uma na japonesa do restaurante. Entrou lá e sapecou, em pleno sushi bar: "posso comer seu sashimi com meu pauzinho?" Lascou-se. O marido ficou sabendo. Encarnou um samurai básico. Dia seguinte, Tekebro Depau san irrompe na prefeitura, arrebenta o busto do Guevara no gabinete – cuidadosamente contrabandeado de Cuba - e junta o gostosão num ippon. Aos gritos de "plefeito cafajesto". Banzai.

Pérolas aos porcos

Aqui no MAX isso é lei! Grazi Massafera, aquele monumento – também uma simpatia só - terminou o namoro com um tal Allan. Motivos, palavras dela: "cansei de fazer papel de homem, quero ser tratada como mulher, me elogiem o vestido, me mandem flores, abram a porta do carro". Está nos Evangelhos, não se deve dar pérolas aos porcos.

Y ahora, señores?

Lula e Chávez batendo boca e os deputados Romanelli e Leprevost quietos - que nem guris mijados, como dizemos lá em Triunfo. Cadê aquela macheza de um xingar o outro pelo persona non grata? Romanelli está romanellando? Leprevost está com um constrangimento que não é possível suportar? (Conferir nesta página o Requião for dummies).

Parque do Coco - com ' ou com ^

Fortaleza (CE), 02/06/2007 - O presidente da Seccional do Ceará da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE) irá participar amanhã (03) de extensa programação em comemoração ao Dia do Meio Ambiente. O evento começa às 8h30 no Parque Adahil Barreto e terá, entre outras atrações, o lançamento da campanha "Por um Cocó Legal", em defesa da regulamentação do Parque do Cocó.
Não tem nada a ver com aquele logradouro, quase um parque, na avenida Engenheiros Rebouças, Curitiba. "Até porque" – contribuição erudita da senadora Ideli Salvatti (PT-SC) à oratória parlamentar – lá não é legal. Só transcrevi do informativo da OAB para mostrar aos meus alunos a importância do acento. Não sei se os leitores sabem, sou colega do professor Xavier – que dispensa apresentação - e temos os mesmos alunos. Só que ele está a anos-luz de mim.

Dicionário Requião - Requião for dummies

O MAX inicia a coleta do requionês, os idiotismos do vernáculo corrente entre os seguidores de Roberto Requião. Pretende preservar a variante linguística, abrindo acesso aos súditos não iniciados. Por ora a apresentação é assistemática, pois a coleta se fez na sequência das manifestações do grupo linguístico. No devido tempo aplicar-se-ão a ordenação alfabética e as classificações sintática, morfológica e semântica. (A mesóclise – aplicar-se-ão – atende à diretriz de RR, sistematicamente desobedecida pelos seguidores). O editor do MAX tentou negociações com a Editora Correio Paranaense Ltda. e com a Secretaria de Comunicação Social, com vista ao patrocínio financeiro. O pedido foi recusado após pareceres técnico e jurídico indicando que o MAX não preenche o requisito da grande circulação. E, no mérito, pela independência e linha crítica deste órgão.

  • interface pública: patologia política que afeta o secretário especial de governo exposto, de um lado, à censura pública do líder incontrastável, e de outro, à censura pública do filho.

  • constrangimento de hoje não é possível suportar: o mais alto grau de execração do alto dignitário do governo.

  • meio doido: desvio de comportamento de diretores jurídicos de estatais, caracterizado pela crítica construtiva e afetuosa ao líder incontrastável, expressa pela internet. Ex.: O Distefano é meio doido (RR).

  • meio paranóico: mania persecutória desenvolvida por ex-procuradores gerais do Estado, acentuada no convívio com colegas meio doidos. Ex.: O Botto está meio paranóico (RR).