segunda-feira, 4 de junho de 2007

Prefeito cafajeste

Sergio Botto, dizem, recusou a boquinha do Japão. Que nada, prontinho, fazia troça: "viajo com passaporte, cartão e uma camisa limpa. O resto, compro. Cueca e meia, viro ao avesso". Foi vetado pelo cateterismo mais vinte e quatro horas na classe econômica. Era convite retórico. Mas tem outro bacana, este sim insistentemente convidado. Que recusou a boca - melhor: arrepiou. De medo. Está jurado de morte no Japão. Todo mundo conhece o figura. É parlamentar, não digo se federal ou estadual, nem se é municipal; é bonitão, dança um tango de deixar portenho con dolor en los pelotes. Quando recita um certo poema de Gullar não tem mulher que resista. Veste-se como vendedor de bíblia, único senão. De vez em quando sai do ar, entra em alfa – manha pura, nessa hora a sedução aconteceu ou você foi jantado no conchavo. Foi prefeito no Paraná, cidade do segundo ou terceiro planaltos, não sei ao certo. Bom prefeito, quase reeleito, só tinha um problema: fazer gracinha. Que nem o outro, o grandão do primeiro planalto. Lançou uma na japonesa do restaurante. Entrou lá e sapecou, em pleno sushi bar: "posso comer seu sashimi com meu pauzinho?" Lascou-se. O marido ficou sabendo. Encarnou um samurai básico. Dia seguinte, Tekebro Depau san irrompe na prefeitura, arrebenta o busto do Guevara no gabinete – cuidadosamente contrabandeado de Cuba - e junta o gostosão num ippon. Aos gritos de "plefeito cafajesto". Banzai.

Nenhum comentário: