segunda-feira, 25 de junho de 2007

Sanepar - hoje é o dia?

Todo dia é dia de São Tomé aqui no MAX: tem que ver para crer. Na Sanepar sempre é dia de São Francisco, do "é dando que se recebe". Vem da límpida, cristalina e perfumada estatal a informação de que hoje o conselho de administração vai conhecer finalmente o resultado do inquérito Paranasan. O inquérito é aquele que Sergio Botto mandou abrir no final de novembro do longínquo 2006 para apurar irregularidades na poderosa, intocável e insuspeita gerência da unidade gestora das obras de saneamento de Curitiba e litoral. O inquérito devia ser concluído em trinta dias - prazo fatal imposto por Botto. Foi fatal para ele, Botto. Stênio Sales, o Jacob, só abriu em final de dezembro, tempo necessário para dar mais uma gerência para o gerente investigado. (Faro fino, o xeque da Rebouças pressentiu a queda de Botto). Os trinta dias transformaram-se em 210. Oremos para São Tomé. E esperemos o generoso perdão que só o governador sabe dispensar.

Oração de São Tomé

São Tomé sempre pregava com a Bíblia aberta no Livro de Jó, nunca desviando do capítulo 21, no versículo 7. Também era o predileto do pastor Tchursthenthaler, lá no Ginásio Adventista. Oremos pela Sanepar. E por nós todos.
Por que razão vivem os ímpios, envelhecem, e ainda se esforçam em poder?
A sua semente se estabelece com eles perante a sua face, e os seus renovos perante os seus olhos.
As suas casas têm paz, sem temor, e a vara de Deus não está sobre eles.
O seu touro gera, e não falha, pare a sua vaca, e não aborta.
Fazem sair as suas crianças, como a um rebanho, e seus filhos andam saltando.
Levantam a voz, ao som do tamboril e da harpa, e alegram-se ao som dos órgãos.
Na prosperidade gastam os seus dias, e num momento descem à sepultura.
E, todavia, dizem a Deus: retira-te de nós, porque não desejamos ter conhecimento dos teus caminhos.

Ouvidoria do Estado. Oficina. Corrupção

Nossa eficiente e implacável SEOGE, sigla algo cabalística para identificar a Secretaria Especial de Ouvidoria e Corregedoria Geral, vai receber "em oficina" o prof. Jean Cartier-Bresson, da Université Versailles Saint Roman, para debater a corrupção. O jornal Estado do Paraná de domingo relata que toda a administração está convidada. Vai lotar o auditório. Ou não. O economista Cartier-Bresson, não foi divulgado, tem um currículo e tanto. É diretor da Revue Française de Finances Publiques, que circula regularmente com excelentes estudos. Recomendaria que a SEOGE extraísse da RFFP, n. 69, abril de 2000, o excelente estudo de Cartier-Bresson sobre "A análise dos custos econômicos da corrupção". O Paraná vai aprender ali como tapar rombos orçamentários. Mas o melhor da RFFP, na mesma edição, está no editorial: Michel Bouvier escreve sobre "as novas figuras da corrupção e a evanescência das finanças públicas". Evanescer: ato ou efeito de esvair, dissipar, desaparecer.

Cusco ovelheiro

Os gaúchos dizem que "cusco ovelheiro não tem cura; só matando". Lá em Triunfo a prescrição é para o cachorro "comedor de ovo". Um e outro cães têm em comum o deletério hábito alimentar. Tem que ser assim com os políticos, são incuráveis. Morte – política, fique claro – para eles. Joaquim Roriz de novo. Pede R$ 300 mil emprestados para Nenê Constantino, o dono da Gol. Nenê precisa fazer dinheiro e emite um cheque de sua conta no Banco do Brasil, no valor de R$ 2.231.115,60 (aí deve ter do IPMF, táxi, lanche, etc.), passa para o presidente do Banco Regional de Brasília, Tarcísio de Lima. Dr. Tarcísio saca a dinheirama em seu banco estatal, enche uma sacola, leva ao escritório de Nenê e partilha em três: R$ 271 mil para Joaquim Roriz, R$ 29 mil para Benjamin Roriz, primo do outro e ex-secretário do governo do DF. O resto vai para Nenê Constantino – que levanta dinheiro que não tinha no Banco do Brasil. Se tivesse, bastava dar um cheque de R$ 300 mil para os Roriz. Político vaqueiro não tem cura.

A gravidez de Joaquim Roriz

Brasília sempre foi normal - o que acontece lá, acontece no Brasil em escala menor. Nestes últimos meses Brasília passou a ser paranormal. Só a paranormalidade explica fenômenos que confundem a ciência e o senso comuns. Relevem o mau-gosto e procurem entender a sinuca metafísica do bloguista. Renan Calheiros pena para fechar a contabilidade de seus bois, que multiplicou como os peixes do Evangelho para pagar a pensão da namorada grávida. Agora é o também senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) envolvido os R$ 300 mil emprestados para pagar "a prenhez de uma bezerra", como justifica seu chefe-de-gabinete Valério Neves na edição de hoje do Correio Braziliense.