sexta-feira, 1 de junho de 2007

Demissão da diretoria da Sanepar

Sobressalto e agitação na rede com a notícia no blog do Marcus Vinicius Gomes - diretoria da Sanepar demissionária, bronca do governador sobre o aumento da tarifa. Não sei nada, não sou jornalista, não tenho fontes e o pessoal de lá tem medo de retaliações se falar comigo. Só posso especular, pois conheço o povo e o sistema. Vai lá.
  • 1) Se o governador deu bronca, pode ter dado, pois ele sempre faz isso - e o aumento da tarifa é tabu para ele, que negou duas vezes, antes e depois da campanha. Aumentar a tarifa agora faz mal à biografia dele. A tarifa é social.
  • 2) Os diretores da Sanepar - os do meu tempo - não se demitem jamais. Stênio Jacob por duas vezes disse-me sua frase-padrão: "eu não me demito. Se quiserem, que me demitam". O estilo é o homem, como dizia Bossuet.
  • 3) De mais a mais, quem decidiu o aumento da tarifa foi o conselho de administração. A diretoria, é claro, pediu e defendeu, como sempre. Portanto, se bronca couber, a diretoria entra no segundo lugar da fila. Fique claro que não estou defendendo os caras.

João Augusto Fleury da Rocha - te adoro

Estava lendo hoje o anúncio do conselho gestor do Atlético, criticando Onaireves Moura e a diretoria da FPF. Lá pelas tantas tropecei naquele "...importa relevar que a atitude delituosa de tais dirigentes será merecedora da devida resposta nas instituições e foro devidos..." E termina dizendo que pedirá o "...impeachment ...de tais pessoas deletérias...cujo espírito destrutivo, prenhe de inveja..." Pensei, vou espinafrar esse texto. Daí vi lá a primeira assinatura: João Augusto Fleury da Rocha. Só pode ter saído da pena dele. Parei por aí. Conheço o Joãozinho há tanto tempo que nossa vaidade não permite contar. Entramos juntos na faculdade. Aquilo é o João, inteiro e legítimo. Ele escreve daquele jeito, fala e pensa daquele jeito. Até se veste daquele jeito. João é autêntico, puro. Simplesmente adoro o João. Ele só tem um defeito: não é do Paraná Clube.

Luis Cláudio Romanelli, historiador

Tem nome de historiador. Tem a dimensão do tempo na História. Intuitivo como todos os políticos, não sabe desta outra vocação. Confiram. Já que aquele menino rebelde, o Stephanes Jr, tresmalhou-se e votou contra o atual governo, Romanelli que investigar também as despesas de publicidade do governo Lerner. Além da nuance e perspicácia políticas - que honram sua ancestralidade italiana - de não investigar só o governo anterior, Romanelli mostra estar afinado, sem saber, com a melhor e mais atual escola da historiografia, a de Marc Bloch e Lucien Febvre. Bloch aconselha na Apologia da História "compreender o passado pelo presente" e ao mesmo tempo "compreender o presente pelo passado". Romanelli só precisa ajustar sua dimensão do tempo e recuar não quatro (dois Lerner e dois Requião), mas seis governos (um Álvaro e mais um Requião). O historiador Romanelli terá vantagem sobre todos os historiadores: os registros documentais. Além de outra, que nenhum historiador teve: Romanelli também foi personagem dessa História. Não seria estória?

As saias de Clodovil

Sabem aquela? "Não se briga com gente de saia - juiz, mulher e padre." Aprendi na vida, pois só não briguei com padre - até a semana passada, pois depois daquela crônica sobre dom Pedro Fedalto o Euclides Scalco me virou a cara (não foi rima, sim a solução que ele encontrou). Agora o bravo Clodovil, que xingou a deputada, as moças-da-vida e inclusive, por tabela, a mãe, a filha, a mulher e até a namorada da gente, está aprendendo. Ontem quase apanhou no avião, do qual teve que desembarcar. Uma dona deu uma dura nele. A foto dele se escondendo atrás (logo ali, Clô!) do assessor (aquele assessor, com aquele mãozinha, com aquela carinha, não sei não, Clô!).

Mangabeira Hunger

É Unger, alemão, ou Hunger, fominha? Acho que é fominha, com ou sem o "h". Bateu no presidente, depois esqueceu e conseguiu o cargo de ministro. Que não assumiu porque tinha pendência a resolver nos EUA. Dizia que era o ano letivo em Harvard. Papo furado, queria mesmo receber uns atrasados como advogado da Brasil Telecom. (Se o Mangabeira for advogado, desses que tocam causas, eu sou professor de direito administrativo, desses que sabem tudo). Esperteza demais come o sabido, dizem em Minas: deu a deixa para Lula se livrar dele, pois o governo, via fundos de pensão, tem participação na BT. You're too hungry, my dear Unger. É problema de professor que não pode ver dinheiro.

Jocelito, menos!

Ontem levei o Botto para jantar, já que o cara está com a juba toda eriçada. Explico: ele é leonino e acabou o L'Oreal Silver no mercado. Desanuviou, mas feriu meus brios pontagrossenses. Culpa do deputado Jocelito Canto, com essa brincadeira sobre batom na cueca, imagem engraçadinha dele para explicar recentes acontecimentos da Assembléia Legislativa. Nosso Leão da Laurindo pegou no meu pé dizendo que em Ponta Grossa a gente não faz preliminares: fica logo de cueca, sem beijinho nem nada - daí a mancha do batom. Sabem como saí do aperto? - Fácil, Jocelito nem é pontagrossense, caiu de um caminhão de mudança e lá ficou. E deu nisso.

Complemento de salário

Maria de Fátima Palmeira, alagoana de boa cepa, diretora da Gautama, em depoimento na PF disse que aquelas cifras na sua agenda eram complemento de salário ou antecipação da participação. Quando perguntada - aqui o velho advogado - se havia recolhimento de previdência sobre o valor, não soube informar. Isso me faz lembrar os tempos de advogado trabalhista, quando ganhei causas pedindo integração no fundo de garantia e outros bichos exatamente do por fora (ou PF, como os espertos patrões costumavam fazer): o complemento de salário dos empregados. Ou os caras da Gautama são muito burros, coisa que duvido, ou nem precisam disfarçar. Não seria medo de incriminar alguém da PF, agora polícia federal?

O resgate dos Júnior

Minha mulher e eu temos um assunto mal resolvido: ela não deixou registrar meu filho como RD Júnior. Nunca aceitei, mas até hoje no íntimo dava-lhe razão, pois nunca vi um Júnior sair da rabeira do pai. Só o Fábio Júnior, que é Fábio no registro, e cujo pai se chama Antonio. Agora acho que dá divórcio, justo quando completamos uma bodas que nem quero dizer o nome. Culpa de Stephanes Júnior e Artagão Júnior, exemplos (recentes) de independência e autonomia. Um vota sem o cabresto, o outro defende.

Governador, segure esses caras

Expliquei no blog, ontem, sobre o vírus em mensagem em meu nome. Achei que era apenas um vírus, tantos a gente pega por aí. Como a coisa continuou, chamei um gênio internauta e cibernético que conheci, apresentado por Marcos Mazoni - lá no tempo em que ele era recebido no extinto Palácio Iguaçu. O guri - assim Mazoni, gaúcho, se referia ao hacker do bem - matou a charada. E se revelou também um gênio político: "Doutor, isso é coisa desses bagual que o senhor anda pentelhando no blog". Como o governador parece que tem domínio sobre a turma do mal, estou pedindo para ele dar um basta. Semana passada começaram a sacanear o Botto, agora comigo. Nóis tá morto, gente. Ou não?