segunda-feira, 18 de junho de 2007

Conselho de Ética do Senado. Que ética?

Chocante. É o adjetivo mais ameno para o comportamento dos senadores no depoimento do advogado de Mônica Veloso, Pedro Calmon Mendes. PT e PMDB tentando a todo custo proteger Renan Calheiros e fazer de Mônica uma aventureira e oportunista. Um deles, senador Almeida Lima (PMDB-SE), inflamado, tribuno de júri, usou todas as entrelinhas possíveis, mas perfeitamente compreensíveis, para chamar Mônica de prostituta: insinuou relações íntimas da jornalista com Cláudio Gontijo, o lobista dado como intermediário do pagamento da pensão, ao ler cartão de agradecimento recebido dela.( Papel interessante o do lobista, de liberar o cartão...) Denunciou uma improvável e ridícula chantagem de vinte milhões de Mônica a Renan. E num lance teatral sugeriu um nome, que deixou no ar: Leidimar Pereira Leite - vamos ver o que vem plantado amanhã na imprensa. O senador Almeida Lima, agindo como cangaceiro macartista, jogou a dignidade do Senado lá embaixo. O advogado de Mônica, Pedro Calmon, jovem de quarenta anos, mostrou do que são feitos os verdadeiros advogados. Foi firme, enérgico, combativo.
Chocante. O que se debate no Conselho é a fonte dos recursos que Renan usou para pagar a pensão. Quem Mônica é ou deixa de ser não tem a menor importância. Até este momento foi o julgamento de Mônica e de seu advogado, lá chamados como testemunhas. E convidados. Portanto, faltou até educação ao Conselho de Ética. Se não fosse trágico pelo espetáculo que o Senado nos apresenta, o Conselho seria cômico.

Vou fazer na casa do Pedrinho...

Paula Falce, correspondente do MAX e editora de revista em Coral Gables, Flórida, EUA, manda notícia e desabafa. Aqui do Brasil recomendamos que procure a EPA Enviromental Protection Agency, órgão do governo americano que cuida do controle ambiental, inclusive de emissões que provocam risco à camada de ozônio.
"Estou preocupada. Sexta-feira, com muito alarde e milionária campanha publicitária, a Glaxo-Smith Kline lançou o Alli, nome fantasia pro Xenical, aquele remédio pra emagrecer que causa efeitos colaterais um tanto desagradáveis. O FDA, órgão regulatório farmacêutico americano, liberou o remédio pra ser vendido over-the-counter, sem prescrição médica. Com a dieta deste povo aqui, regada a bacon e cheeseburger, e a falta de controle, imagine o festival de flatulência. Preocupadíssima, pois meus colegas de cubículo, os gordos, com certeza vão entrar nessa. E eu, aqui no meio. It’s nature, people…"

Cama & Mesa

Aos amigos reduzidos à mesa, o MAX recomenda Cama & Mesa, de Roberto e Erasmo (1980), pois
Todo homem que sabe o que quer
Sabe dar e querer da mulher
O melhor, e fazer deste amor
O que come, o que bebe, o que dá e recebe

Boato a favor

Fim da Ditadura, Tancredo Neves eleito, primeiro presidente civil, começa a formar o ministério. Convida Fernando Lyra, combativo deputado do falecido MDB velho de guerra. Fernando, cabeça chata, baixinho, barrigudo, cara de areia mijada, ensaia a recusa: "sabe, presidente, não vai dar, tenho um problema. O SNI flagrou, fotografou, tirou BO de mim num motel, fazendo aquilo com a esposa de um colega. Pior, presidente, o marido é do partido, também". Tancredo, imperturbável, nem mordeu a gravata – como fazia quando tenso – e replicou: "esqueça, Fernando, no Brasil isso é boato a favor". O quê mudou nesta terra entre Tancredo e Lula, entre Fernando e Renan? – Apenas quem paga a diária.

Esgoto ruim, água boa

Descobriram que o esgoto da Assembléia Legislativa não está conectado ao dos outros imortais do Centro Cívico. O que os deputados sabidos não contam é que a Assembléia tem fonte própria de água. Descobriram há tempos um veio puríssimo no subsolo. Daí a vitalidade da turma.

Outrossim é a PQP!

Iniciando carreira solo, o jovem advogado manda a mensagem: "o presente e-mail tem por escopo..." Micou geral; ctrl/alt/del básico. Sem crise, o menino é cobra, formou-se na Federal. Lembrei daquele prefeito das Alagoas, depois revisor do Jornal do Brasil. Graciliano Ramos, o ex-prefeito, lendo a prova do editorial tropeçou naquele "outrossim". Deu uma tragada funda no Caporal Amarelinho, puxou o lápis vermelho, riscou a palavra e escreveu em cima: "outrossim é a puta que pariu".

O shopping de cá

Curitiba, um milhão de veículos. Curitiba, mais um shopping, agora na av. N. S. da Luz com Fagundes Varela. Bom para a Curitiba do MAX, que começa no Shopping Cristal e termina no Parque do Bacacheri. O Batel é terra desconhecida, intransitável, com pretensões a primeiro mundo.

Depois de Nerone o dilúvio?

"Não quero ser ordenador de despesas de uma política com a qual não concordo" – justifica Emerson Nerone para deixar a Secretaria do Trabalho (J. do Estado, 16 de junho). Nitroglicerina pura: Nerone não quer assinar os pagamentos da Secretaria. Pagamentos, que pagamentos? – Só podem ser os futuros, pois os passados, diz ele, estão limpos. E que política é essa, que fere os brios dele? – Não pode ser outra que não a das contratações da Secretaria.