quinta-feira, 7 de junho de 2007

MAX OUTLAW WALES

135 minutos, o relógio estava na frente. Foi a duração do telefonema do amigo hoje cedo - também a duração do The Outlaw Josey Wales, filme de 1976 com Clint Eastwood (Júnior, que nem Artagão, Reinhold e Fábio), assunto da conversa (ele pagou a conta, felizmente). Clint o diretor, que dúvida. Filme predileto dos dois. Não vou falar de "afinidade eletiva" porque era a metáfora de Goethe para suas transas memoráveis com Charlote von Stein - Frau Von Stein antecipou a sacada de Clodovil, como as mulheres ganham a vida e depois descansam. O enredo de Josey Wales revela um pouco sobre os que adoram o filme: personagem absolutamente individualista, solitário, cético ao extremo, que toca uma guerra particular - da qual não queria de jeito nenhum participar. Mas, desafiado, vai levando.

Sua filha gosta de mim

"Você não gosta de mim, mas sua filha gosta" – 1974, auge da ditadura, autor Julinho da Adelaide, nome-de-guerra de Chico Buarque. O pessoal ficaram tiririca com o súbito aumento da audiência do MAX. Até meu guia Zé Beto foi conferir. Hoje é dia santo, lembrei da procissão de Corpus Christi, vou confessar: paguei pro Gerson, o zelador aqui da Benjamin, ficar quatro horas acessando o MAX sem parar. Juro que não faço mais. O padre, de penitência, me deu um pastel e um guaraná. Agora, minha vingança (perdão, padre Engrácio): até quem não gosta lê o MAX. E as filhas – as deles, não as minhas – essas, então, até telefonam.

A Copel esconjurou Lerner

Preciso formar opinião sobre a debandada dos copelianos, ontem, quando Jaime Lerner apareceu no evento de treinamento da empresa - segundo a imprensa ele era um dos palestrantes contratados. Apresento três hipóteses, que não têm nada a ver com hipocrisia.
  • A empresa contratada para o treinamento não comunicou que Lerner era palestrante. Se o contrato com ela obrigava consultar a Copel na escolha dos palestrantes a empresa falhou, mas a Copel falhou mais ainda, porque não fiscalizou isso. Se o contrato não obrigava, sair daquele jeito foi um papelão.
  • Os copelianos saíram em repúdio à tentativa de Lerner privatizar a Copel quando governador. Aqui há controvérsia quanto ao melhor caminho: dar no pinote daquele jeito, com o presidente Rubens Ghilardi frenético, feito madame-em-shopping-ligando-pras-amigas-virem-pro-desfile, foi indelicado com o gringo que estava falando. Fico aqui imaginando a dificuldade do tradutor explicar pro cara: "They're running from the former governor, just like the devil runs from the cross" (nessas horas tem que ser literal). Bem que podiam esperar o coffee break e dar as de vila diogo.
  • A diretoria da Copel borrou-se de medo de Roberto Requião. Quando ele soubesse que ficaram lá ouvindo os ensinamentos de Lerner, o alfanje justiceiro do governador iria baixar, pelo telefone, na escolinha, na agência de notícias. Aquele constrangimento que não é possível evitar (cf. o Dic. Requião, neste blog). Aí entendo, pois trocar honorários de diretor da Copel com subsídio de secretário-especial arrebenta o orçamento doméstico. Mas convenhamos, é o máximo que podia acontecer. A bronca, depois da primeira, se o cara fica governo é porque gosta de apanhar ou se acostumou.