quinta-feira, 7 de junho de 2007

A Copel esconjurou Lerner

Preciso formar opinião sobre a debandada dos copelianos, ontem, quando Jaime Lerner apareceu no evento de treinamento da empresa - segundo a imprensa ele era um dos palestrantes contratados. Apresento três hipóteses, que não têm nada a ver com hipocrisia.
  • A empresa contratada para o treinamento não comunicou que Lerner era palestrante. Se o contrato com ela obrigava consultar a Copel na escolha dos palestrantes a empresa falhou, mas a Copel falhou mais ainda, porque não fiscalizou isso. Se o contrato não obrigava, sair daquele jeito foi um papelão.
  • Os copelianos saíram em repúdio à tentativa de Lerner privatizar a Copel quando governador. Aqui há controvérsia quanto ao melhor caminho: dar no pinote daquele jeito, com o presidente Rubens Ghilardi frenético, feito madame-em-shopping-ligando-pras-amigas-virem-pro-desfile, foi indelicado com o gringo que estava falando. Fico aqui imaginando a dificuldade do tradutor explicar pro cara: "They're running from the former governor, just like the devil runs from the cross" (nessas horas tem que ser literal). Bem que podiam esperar o coffee break e dar as de vila diogo.
  • A diretoria da Copel borrou-se de medo de Roberto Requião. Quando ele soubesse que ficaram lá ouvindo os ensinamentos de Lerner, o alfanje justiceiro do governador iria baixar, pelo telefone, na escolinha, na agência de notícias. Aquele constrangimento que não é possível evitar (cf. o Dic. Requião, neste blog). Aí entendo, pois trocar honorários de diretor da Copel com subsídio de secretário-especial arrebenta o orçamento doméstico. Mas convenhamos, é o máximo que podia acontecer. A bronca, depois da primeira, se o cara fica governo é porque gosta de apanhar ou se acostumou.

Nenhum comentário: