sábado, 2 de junho de 2007

Obrigado, governador

  • Pelos elogios que fez a mim na reunião sobre o aumento das tarifas da Sanepar. O senhor disse que sou competente. Bondade sua, não sou não. Ao contrário, sou despreparado, como o atual presidente do conselho comentou com jornalista (foi até publicado). Tenho sorte, governador, que nem os generais de Napoleão. A única coisa útil que fiz em seu governo – ainda como procurador, frade menor – foi conseguir aquela liminar que restabeleceu o controle do Estado sobre a Sanepar. E reduziu a participação da Dominó no conselho de administração – que lhe dá segurança na gestão (sic) da empresa. Tive sorte também em umas ações de inconstitucionalidade no Supremo, isso no antigamente do primeiro e histórico governo. Fosse eu competente – e preparado, tipo professor – o senhor teria me mandado atender aquelas causas de pedágio, que estão todas resolvidas, numa boa, como sabemos. Eu teria enterrado o governo. O senhor nem deu o trabalho para a PGE, preferindo advogado externo. E olhe que o Botto estava lá.

  • Da mesma forma agradeço-lhe quando disse que sou também "meio doido". Só meio, porque se fosse doido inteiro iria brigar com o senhor. O senhor sabe o que é um doido, pois teve pai psiquiatra e tem irmão psicanalista. Muito grato mesmo, pois o senhor poderia ter dito que sou meio ladrão, meio corrupto, meio incompetente, meio mau companheiro. Para essas coisas, meio já é demais. Doido não é nada, afinal, de gênio e louco todos temos um pouco. E depois, meio doido é quem nem a história do copo meio cheio, meio vazio. Pãos ou pães, é questão de opiniães, dizia G. Rosa. Minhas tias dizem que sou gênio. Mas elas são tias, não governadoras.

  • E o que me faz muito, mas muito grato, ao senhor, é ter estimulado minha saída do governo. Isso me abriu a cabeça e trouxe perspectivas. Estou bem, governador – se é que lhe interessa. Não tenho ódios que me escravizem, nem rancores que me dominem. Mas não esqueço jamais do conselho do velho Joseph ao filho John Kennedy: "Don't get mad. Get even". (Aliás, melhor que ninguém o senhor pratica o preceito). Aprendi com meu filho, que estudou com seu filho na Escola Internacional. Espero que eles continuem amigos. Só receio que minha saída do governo possa prejudicar aquela bonita amizade. Paciência. Respeito é via de mão dupla, pois não?
  • Deste seu ex-eleitor
  • Rogerio Distefano