sexta-feira, 11 de maio de 2007

Patrocínio da Sanepar - só meio favorecimento

A comunicação social da Sanepar respondeu ao Zé Beto, não para mim. Eles são lá loucos de dignificar o MAXBLOG? Resposta patética, tapando o sol com a peneira, como se todo mundo fosse bobo: o patrocínio era do Museu, não da Sanepar. Além disso, Marco Antonio Jacob só teve pequena participação no projeto. Jogaram a batata ao Museu, pois se doer em dona Maristela dói n'Ele. E daí, sai de baixo que Clausewitz entra em ação. Gente esperta. Esperta até demais.. Só que esqueceram que o dinheiro saiu da Sanepar para o Museu - pela Lei Rouanet, que com os repasses da Sanepar institui-se um orçamento exclusivo e paralelo para o MON. E todos, repito, todos os patrocínios do MON pagos com dinheiro da Sanepar passam pela diretoria plena, e dependendo do valor pelo conselho de administração. Pela nota da Sanepar ao Zé Beto pode-se entender que foi um caso único. Ora, ora, seu Nilson, aqui ninguém é burro.
E que gracinha aquilo de que o filho de Stênio só participou de parte do projeto. Isso pode? Muda alguma coisa do que eu escrevi? Parece até aquela história da meia gravidez...

Efemérides

Os jornais antigos tinham a seção das efemérides, assuntos sem maior destaque, mas de grande apelo para curiosos terminais. Registro só duas aqui, meio provocativas: 1) ainda há dúvida entre aqueles meus três leitores sobre quem seja o Gordinho Sinistro. Vou esclarecer e acabar com meu martírio - é o Jaime Lerner (leiam a postagem sobre o sinistro); 2) e não é que o Germinal ainda não me ligou para desmentir a carta Cohen? Um dos três leitores, meio paranóico, diagnosticou: ele deve ter assumido a autoria, sacrificando-se a uma superior raison d'État (razão de Estado, uma das expressões prediletas do francófono Germinal).

O terço de dona Marisa

O papa Ratzinger não dorme na cadeira papal. Chegou no Brasil e já foi cobrando do presidente Lula uma concordata com o Vaticano: nada de vínculo empregatício entre padres e a Igreja e ensino religioso nas escolas. E jogou um lance emocional no presidente: quero realizar isso ainda em meu pontificado. E Lula, sempre sabonete, responde: não, Santidade, espero que seja ainda no meu mandato. E um registro em favor da assessoria de Lula: ele não beijou o anel papal. Com isso afirmou a separação entre Igreja e Estado. Se fizesse estaria também desrespeitando a bandeira, pois aquele Ordem e Progresso foi lá posto pelos positivistas exatamente para demarcar a separação, o Brasil como estado laico. Só não entendi aquilo de dona Marisa Letícia com um terço na mão ao cumprimentar o papa. Afinal, não era hora de missa.

Sou - mas quem não é?

Pois não é que estão dizendo que eu sou da oposição? Que novidade! Sou da oposição desde criancinha. Muito tempo segui a linha Chaplin: anarquista lírico. Meu problema foi um só nesse tempo todo: encontrar um partido que me apetecesse, sem políticos fisiológicos, demagogos, corruptos, nepotistas - com um ou todos esses atributos; um partido que tivesse identidade. Até hoje não encontrei um sequer. Para amenizar a frustração filiei-me a um partido chamado Brasil. É fácil, basta o pai da gente ir ao cartório. Desse partido nunca saí, nem mesmo para aquele outro, o da dupla nacionalidade. Agora falando sério: alguém com o juízo perfeito pode estar tranqüilo com o que temos aqui no Paraná?

Carta a Germinal Poca, diretor da Sanepar

Caro Germinal
Criei fama de que sei coisas demais. E isso, Germinal, passou a ser um incômodo para algumas pessoas de complicado prontuário. Vêem-me como um arquivo ambulante que precisa ser urgentemente desqualificado, tal o perigo que imaginam rondar suas biografias caso eu me disponha a franquear minhas volumosas pastas.
Faço este preâmbulo para dar-lhe ciência de que pessoas sem caráter, perfeitamente identificáveis, estão usando seu nome para constranger-me. Chegaram a enviar uma carta a redações de jornais – em que você aparece como remetente –, na qual tentam usar um episódio de minha vida pessoal já perfeitamente esclarecido e superado.
Conheço você, somos amigos e sei que não é o autor da tal carta. Nem mesmo o português e o estilo são de sua lavra. Os canalhas que usaram seu nome utilizaram-se também de um endereço que já não é seu há 15 anos.
Não é mera coincidência o fato de esta “carta” estar sendo divulgada justamente quando a Assembléia Legislativa me convida para depor sobre a desastrada administração da Sanepar, que conhecemos – você e eu – tão bem. Tanto que lutamos – friso de novo: você e eu – para restabelecer o mínimo de ética e de competência que se exige dos administradores públicos. Daí a ansiedade doentia dos envolvidos, direta ou indiretamente, nas malfeitorias que se praticam lá dentro.
É dessa gente que parte a tentativa (inútil) de intimidar-me.
Na carta, que não é sua, sou acusado de delator porque – segundo eles – falo com a imprensa. Falo sim, mas depois que saí da Sanepar. Antes, eu falava e escrevia lá dentro. Afinal, sou cidadão e tenho direito. Minha sociedade é a civil, não aquela, secreta, que exige omertà. Para minha sorte, nessa carta nada se diz sobre meu trabalho. Ah, sim, sou criticado na carta porque criei o blog. Ou seja, além da omertà feri a regra da contenção, da resignação, do silêncio obsequioso. Nem aqui, nem na China.
Vou continuar, e com mais disposição. Lembra que eu lhe dizia que sairia do governo em 31 de dezembro do ano passado, silenciosa e calmamente? Não deixaram. Agora vêm as cartas. Pois então vamos à luta, na velha lei de Talião. Tenho certeza que estou mais limpo que nosso missivista – e seus comparsas.
Rogerio Distefano
ET. Não estranhe o horário da postagem. Não perdi o sono. É que sempre dormi pouco.