sábado, 23 de junho de 2007

Cocô de cachorro - o politicamente incorreto e o ecologicamente cretino

Coisas de Mila, mascote do MAX, depois do passeio: "o pessoal passeia com os cachorrinhos, recolhe o cocô no saquinho plástico e joga o saquinho na grama. Por que não jogar o saquinho na lixeira ali em frente? Ou deixar o cocô na grama, junto com o xixi?" O ministro Magri estava certo, cachorro também é ser humano. Para o MAX é o único ser humano, os outros nem de cachorros merecem ser chamados. Para o MAX tem sido um desafio (eco)lógico. O cocô polui mais que o xixi? O saquinho não é biode(sa)gradável como o cocô? Ou o prefeito não quer que jogue cocô na lixeira? Me ajudem. Isto está mais complicado que o teorema de Fermat.

Antonio Fernando, mais dois anos na PGR

O presidente Lula deve ter ponderado: ruim com ele, pior sem ele. E nomeou Antonio Fernando Barros e Silva de Souza para mais um mandato como procurador geral da República. Parabéns, presidente, Antonio Fernando não faz besteira, não diz besteira, nem pensa besteira. Mulher, então, só a dele – e olhe que na PGR tem umas ferraris. Se o presidente tivesse consultado o editor do MAX – talvez a maior das falhas de Lula nos dois mandatos – não teria nomeado Antonio para o primeiro mandato. Antonio era tão caxias, tão legalista, tão teimoso, tão primeiro-lugar, que nunca passou cola nos cinco anos lá na Federal. Tá certo que era da turma do gargarejo, aquele povo da primeira fila, bem longe da última, onde estava o bloguista. Mas bem que podia emprestar o caderno. Nunca perdoei o Antonio Fernando por isso.

Bento Azambuja - entre a patricinha e o pé-de-chinelo

O mundo caiu sobre Bento Azambuja, o juiz trabalhista que rejeitou na audiência o brasileiro – literalmente – pé-de-chinelo. Ou pé-de-havaianas. Ele enfiou os dois pés na jaca, esquecido da primeira lição do direito do trabalho, a hipossuficiência, termo que identifica a clientela da Justiça do Trabalho – os pobres. Não vou atirar mais pedras, porque Bento está purgando o pecado. Além disso, gosto do Bento, fui advogado no inventário do avô dele, também Bento, e ele tem nome de papa. Devo a Bento um dos melhores momentos de advogado trabalhista, quando mirou um pé-de-chinelo jurídico. Foi assim: começa a audiência; do outro lado, pelo patrão, uma advogada jovem, bem nascida, bonitinha – devia ter feito três vezes o exame da Ordem. Pauta apertada, o processo exigindo ouvir testemunhas, Bento decide adiar a audiência sem fixar a data de continuação. Adiamento sine die, Bento registrou na ata. A coleguinha, forte no inglês, e só no inglês, não entende o latinório e pergunta a Bento: "Excelência, o que é esse "saine dai'". Bento, juiz novo, esboçou tentativa de explicar a morte do nariz. Acabou explicando o sine die. Não notei se a moça estava bem calçada.