sexta-feira, 4 de maio de 2007

Tributo a Gordon Scott, Tarzan

Ninguém superou Johnny Weissmuller, o primeiro Tarzan. Lex Barker quase chegou perto, mas era bonito demais para convencer (consta que foi ele, casado com Lana Turner, que mostrou o doce mistério da vida para a filha desta, aquela que depois matou o mafioso, namorado de Lana). Eu gostava mesmo do Gordon Scott, que morreu ontem, aos 80. Foi o primeiro com musculatura trabalhada, pouco convincente para um Tarzan criado na selva, embora haja controvérsias: meu amigo Marco Pinheiro, personal trainer, diz que ter sido criado pelos gorilas, que são primatas do chão – e não macacos das árvores – ele tinha tudo para desenvolver, e não alongar os músculos, como o Weissmuller. Aguentei duas Serramaltes com esse papo.
Nasceu Gordon Weschkull, deixou no primeiro ano a faculdade de educação física e seguiu numa série de empregos: instrutor de tiro, de judô, luta corpo-a-corpo, guarda-costa, policial, cowboy e até vendedor. Alguém em Hollywood ficou impressionado pelo volume de seus bíceps (e só dos bíceps) e ele fez seis Tarzans entre 1955 e 1967. Num desses, "A maior aventura de Tarzan", tinha dois coadjuvantes peso-pesado, Anthony Quayle e Sean Connery – que só virou 007 em 1962. Depois disso, a Holywood pré Schwarzenegger passou a buscar Tarzans menos bombados e Gordon Scott foi acolhido na Itália, onde fez dezoito filmes, entre históricos, daqueles míticos Macistes e até um "Filho do Sheik". Tinha uma excelente química – nada de "coisa de pele", como Lula e Requião – com Steve Reeves, outro fortão bonitão, com quem fez "Rômulo e Remo".
Casou-se com Vera Miles, a melhor das loiras de Hitchcock, e tiveram um filho, Gordon Scott. Era um Tarzan com um sorriso algo cínico, meio maroto, mais para cowboy que para homem-macaco.
Adeus, Gordon.

Nenhum comentário: