sexta-feira, 4 de maio de 2007

O tempo perdido

O MAX BLOG tem exatos cinco dias de vida e nasceu com amigos de infância. Como o Renato Andrade - fera da advocacia criminal e miateiro - que inaugura o marcador dos colaboradores. Bem vindo, caro Renato. Só não agradeço por ter-me rejuvescido: não saí da Federal no fim dos anos 70, sim no começo. Mas tive a sorte de conhecê-lo mais tarde, vizinhos de escritório. Um abraço no Romeu. A vocês dois aquele convite do dono do Rick's: "Apareeçam!". RD
Nos Estados Unidos, apesar da Guerra do Vietnam, costuma-se dizer que os anos 60 foram os mais extraordinários no desenvolvimento da sociedade daquele país. Talvez justamente porque enfrentaram uma guerra e travaram outra interna com aqueles que eram contra a batalha, os americanos desenvolveram técnicas de auto-defesa que causam inveja. Nada é mais exemplificativo do que o filme Hair. A quebra de regras sociais, o afrontamento da elite seguramente mantida no País, os pobres, negros e imigrantes cuidadosamente escolhidos para ir para a Ásia, a liberdade sexual, as drogas. Tudo de ruim ou de bom dos anos 60 são hoje lembrados com intensa saudade e nostalgia. Na França, os movimentos estudantis que também a par da violência, forjaram toda uma geração. No Brasil, o tempo perdido. Quando se quis romper com o sistema, os tanques foram para as ruas; quando de pretendeu repetir movimentos estudantis, os cavalos e cassetetes desfilaram na avenida; quando se quis sexo livre ou a alucinação das drogas, ninguém tinha força física para tanto, porque a repressão se fazia ouvir e fazia calar. Nossa geração não tem absolutamente nada a lembrar dos anos 60 ou 70, a não ser lamentar o tempo perdido.
Já no final dos anos 70, quando entrei na Faculdade de Direito da UFPR, dela estava se retirando o Rogério Distéfano. O curso de Direito havia chegado ao fundo do poço e ninguém tinha grandes expectativas até profissionais. A ditadura ainda falava alto naqueles tempos. Mas o RD sempre foi um sonhador, sempre teve esperanças, sempre teve na veia aquelas boas lições dos anos 60. E a maior prova de que romper com o sistema faz bem para a saúde, é que criou o seu blog. E no século XXI, do politicamente correto e da era da informática, fez do MAX o paço da liberdade para que qualquer amigo possa se manifestar, falar mal de quem merece e bem daqueles que são verdadeiramente bons.
Se perdemos tempo nos anos 60 e 70, podemos e devemos nos recuperar. Comprar um carro conversível, fazer nosso trabalho de forma séria, criar nossos filhos, cultivar os amigos e matar apenas saudades e não os velhos e novos vietcongs, que não fazem absolutamente nada a não ser assombrar. Depois desaparecem...
Viva o Max e o tempo perdido, porque só assim podemos nos recompensar daquilo que nos tiraram, principalmente as idéias, mas nunca os ideais!
Renato Andrade – Advogado e já amigo do Max.

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