terça-feira, 1 de maio de 2007

As tentações da Granja

O cronista fez sucesso e voltou. Falando, claro, do Monge da Carmelo, porque é preciso. As interpretações são livres:
O Monge antecipou seu retorno de Aparecida. Precisou ir até lá para entender que São Benedito não tem santuário, ele está dentro de nós, pode ser cultuado em toda parte, até na Gruta. Mas de São Paulo tirou lições, que já difunde entre os devotos. Uma delas veio do Rabino Sobel, que, diz o Monge, mostrou que até bons companheiros pecam. Vai além, está relendo as Escrituras e por isso não julga nem os maus companheiros. Eles que o julguem. O Monge é a própria imitação do Cristo, todo indulgência e todo compaixão.

Por que o Monge voltou? - A urgência do culto, que cresce a cada dia, criando filas e impondo senhas aos romeiros que disputam sua benção na Gruta da Carmelo? Ou o chamado do Alto, sempre o requisitando pela sarça ardente?

O Monge enche de dúvidas e mortifica os devotos. Nem aos que com ele, e por ele, alcançaram a graça revela suas intenções, seus desígnios mais íntimos. Limita-se a repetir as Escrituras: a granja, perdão, a casa do pai tem muitas moradas...Nada diz sobre "preparar-nos lugar".

Compostela, de onde traria acabada sua doutrina, está cada dia mais distante, quase esquecida. O Monge agora só fala em outro caminho, o de Damasco.

Rezemos pelo Monge.
(publ. no blogo do Zé Beto, J. do Estado)

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