terça-feira, 19 de junho de 2007

Previdência ou caos

"A longo prazo estaremos todos mortos". A frase é de Lord Keynes, e por isso nem devíamos nos preocupar com a divulgação pelo governo federal de que o rombo da Previdência chega hoje a 1,84% do produto interno e em 2050 atingirá 5,21%. Mas se o governo fala agora, é porque pretende aprontar alguma reforma agora – e o alvo são as regras da aposentadoria. Já está mexendo nas licenças e aposentadorias por invalidez e acidentes de trabalho. O foco é o mesmo: a receita é baixa porque a atividade informal é muito intensa.
Como sempre, o governo ataca as conseqüências e ignora as causas. Vamos lá. 1) A previdência é deficitária como regra, inclusive no primeiro mundo, pois é resultado do crescimento demográfico, do Estado crescentemente assistencialista, entre outras causas. 2) A atividade informal decorre do custo imposto pelo Estado para manter empresas e pagar tributos, sem a contrapartida do bom serviço público. 3) Mexer na aposentadoria sem considerar a longevidade da população é injusto, pois nega-lhe o intervalo do lazer possível entre o fim da atividade e o fim da vida. 3) Interferir nos benefícios por acidente chega a ser criminoso, pois pune-se o trabalhador pelos riscos e pressões da atividade, responsabilidade do empregador, e pelo descontrole administrativo, responsabilidade do Estado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu diría, a atividade informal ocorre para não se tornar refém do Estado !