sexta-feira, 15 de junho de 2007

A imprensa canalha

O destaque dado às andanças de Vavá Inácio da Silva e às finanças de Renan Calheiros intensificou a demonização da imprensa: é sensacionalista e abusada, pois noticia sem antes investigar plenamente, sem que a Justiça tenha se pronunciado, etc. No nível nacional começou com Lula, e há poucas horas com Renan Calheiros, que não conseguiu abafar a representação no conselho de ética do Senado - e criticou a ética jornalística. Nem falo do Paraná: aqui toda ela é "canalha". Como a tendência é sempre aceitar os argumentos sem examiná-los, vamos a eles. 1) A imprensa inventa, ou tem fatos que despertaram sua atenção? 2) A imprensa tem maiores compromissos com a exaustiva apuração dos fatos, ou cabe-lhe noticiar que estão sendo investigados pelas autoridades? De tanto abusar da nossa inteligência, os políticos agem como se fôssemos imbecis completos. Boa notícia não é notícia - no news is good news, já disseram os ingleses. Ou, como o velho Millor Fernandes, "imprensa é oposição; o resto é armazém de secos e molhados". Melhor que todos, Diogo Mainardi, na última edição da Veja: político não tem direito a privacidade.
De mais a mais, Lula e Renan reclamam quando a coisa bate neles, nas turmas deles. No outros é refresco dos bons. Democracia é isso, senhores. A propósito: andem na linha que a imprensa não fala nada - no news.

Um comentário:

Luciana Pombo disse...

Ainda sou mais Che Guevara na definição de posicionamento da imprensa perante os governos (sejam eles quais forem):

Si hay gobierno, soy contra...