quinta-feira, 31 de maio de 2007

O tráfico de funcionários 2

Os funcionários podem ser movidos entre as administrações direta e indireta porque o Estado é um só. Tudo bem, teoricamente é um benefício. Puxando a brasa para minha sardinha: vejam a quantidade de procuradores de Estado trabalhando no segundo mandato de Requião. Mas deixou de ser há muito tempo. Os ditos eficientes dirigentes passaram a ser recrutados pelo trabalho que desempenharam na campanha eleitoral - que acabou, mas o spoil system "justifica" sua vinda ao governo. (Spoil system, ou distribuição dos despojos, é alegoria de guerra, inventada pelos americanos para explicar o fenômeno). Tem até decreto dos tempos de Jaime Lerner, que só regula o aspecto financeiro da cessão, numa gracinha de eufemismo - a cessão com ônus ou sem ônus, da qual lhes pouco o trocadilho de mau gosto. O funcionário deixa seu cargo público originário e vai para outro, dentro ou fora do Estado; quem o recebe faz ressarcimento dos salários ao órgão de origem. Bonito? Só na fotografia, ao contrário do retrato de Dorian Gray, que ficava trancado no quarto, envelhecendo e cada dia mais feio. Amanhã venho com o tráfico 3.

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