terça-feira, 29 de maio de 2007

A certidão falsa contra José Richa

Mandei o post dos Ônibus, leis & salsichas (edição de ontem) para Wagner Pacheco. Retomamos a camaradagem que acabou em 1990, final do governo Álvaro Dias. Teremos, espero, vida para retomar uma boa amizade. Fomos afastados pela ação de maus companheiros - dele, na época - que vou contar. Fim do governo Álvaro Dias, que decidiu não concorrer ao Senado para dar segurança à primeira disputa de R. Requião ao governo. Wagner na chefia da Casa Civil. Cai para mim, na PGE, um processo de pensões de ex-governadores. A Casa Civil pretendia saber da legalidade. Fui instruir o processo apanhando certidão no Tribunal de Justiça sobre quais governadores a recebiam. Todos recebiam, seus nomes - todos - constando na certidão, independentemente do tempo que exerceram os mandatos, como o deputado Antonio Anibelli, pai, que o fez por um mês. Levei o processo ao Wagner, com parecer pela legalidade das pensões, oportunidade para retomar o contato que tínhamos na PGE. Estava ocupado, tentei entregar a Gino Azzolini, diretor-geral da C. Civil, que fez cara de medo e não quis recebê-lo. Acabei entregando ao Wagner, que teve o cuidado de tirar xerox da certidão do Tribunal de Justiça. Disse-me para mantê-la comigo. Na hora até achei estranho, mas esqueci. Tirei férias de um mês e retorno com intimação da Polícia Federal. Inquérito do PSDB - Álvaro entrou depois, na época era do PMDB, aquele filho do velho de guerra. Fui lá, acompanhado de Divanil Mancini, procurador geral, e Paulo Rocha, presidente de nossa associação, sempre solidários. Fico sabendo que correu na campanha uma montagem da certidão que apanhei no T. de Justiça, só trazendo o nome de José Richa - como se apenas ele recebesse a pensão. Richa, lembro, era candidato também, parece-me que ao Senado, pela chapa adversária. Contei tudo isso para Reginaldo Araújo, o delegado que tocava o inquérito. Gostou do depoimento - cheio de dados com datas e personagens tirados de minha agenda - e me mandou embora. Ficamos amigos depois. Os companheiros de Wagner, mais ele Wagner, foram chamados na PF. O que aconteceu depois, não sei nem quis saber. Os companheiros dele estão aí, benditos e romanescos. Wagner ficou sem graça e tomou doril de nosso convívio.
Pergunta inevitável: depois disso o que vim a fazer no governo? Respondo: de novo um amigo - não tenho companheiros -, Sergio Botto, me chamando. Entre nós dois, advogados e escolados, certidão, só no original; cópia, só autenticada. E no arquivo, tudo de importante e delicado com que trabalhamos. Se não, sabe, PF em nós. Ou carta anônima entregue nas redações.

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