terça-feira, 5 de junho de 2007

O rabo do patrão

Dona Teresinha, lageana, italianona, desbocada e pavio-curto, governanta na casa-de-campo do especialista em vender fumaça. Governanta e casa-de-campo, truques deste único brasileiro, rico novo, ególatra e narcisista - nem Antonio Ermírio, o da Votorantim, faz assim; como nós outros, brasileiros e mortais, tem empregada. E tem chácara. Teresinha, mortal necessitado, suporta os ademanes do doutor imortal fumaça – quatro esposas não agüentaram, despirocaram. Gás vazando na casa-de-campo, odor que anula o adocicado perfume que aquele ego exala. Cobranças do poderoso a Teresinha, que repassa ao técnico, que nunca vem, adia, telefona e telefona com desculpas, sabonetão pedindo sempre a mesma informação – "onde, como, quando?" Na última, Teresinha acende o pavio, ainda que se exploda: "Vazamento onde? Não sei, não sou técnico. Pode ser da geladeira, pode ser do fogão. Pode ser até do rabo do meu patrão."

2 comentários:

Anônimo disse...

Provavelmente vem do rabo do patrao, que como dizem os gringos: "is full of hot air."

Anônimo disse...

Prezado MAX,
Venho acompanhando o número de visitantes seus para parabenizá-lo pelos 1.000 acessos.
Hoje pela manhã entrei e vi que contava com cerca de 920.
Pensei que demoraria um pouco mais.
Minha surpresa: acabei de entrar e vi que já passam dos 1.200.
Por isso, receba meus parabéns atrasados (à semelhança do que ocorre quando esquecemos o aniversário de alguém).
1000 acessos em 05 de junho de 2007.
Tenho certeza que aumentará muito mais.
Forte abraço.