sábado, 19 de maio de 2007

Quantos bispos tem Hugo Chávez?

Hugo Chávez exige que o papa se retrate sobre o papel da Igreja na evangelização das populações indígenas da América Latina. Afinal, o que disse o papa? - Que a evangelização não foi feita com violência, de forma a alienar a cultura indígena. Chávez saca nisso a responsabilidade da Igreja na extinção de povos inteiros. (Convenientemente ele esqueceu Fernão Cortez, no México). Então vamos pôr as coisas sob perspectiva, começando pela desfeita do papa de só passar pelo Brasil, ignorando a Venezuela. Lembremo-nos que Bush fez o mesmo e de imediato Chávez - como El comandante Fidel - criticou o programa do álcool combustível. Chávez sabe, afinal a Venezuela produz petróleo (e Cuba cana - relevem-me o efeito fonético) e a alternativa do etanol reduz-lhe os petrodólares (que está literalmente queimando em políticas puramente clientelísticas, sem investimentos duradouros em infraestrutura e alavancagem social). A História, que Chávez conhece muito bem, é a crônica da violência e do morticínio. Não há como resgatar tragédias históricas e ficar nesse ajuste interminável de contas. Devemos tirar dela lições - historia magistra vitae, a mestra da vida - e aprender com os erros do passado. Para não repeti-los. Será que Chávez sabe disso? Que leia a história da Venezuela dos últimos cinqüenta anos. No passo chavista iremos recuando até o início dos tempos e não chegaremos a lugar nenhum. Demagogia pura.
A bravata do Chávez me faz lembrar aquela de Stálin, outro ditador, quando lhe sugeriram em 1939 amenizar o tratamento dos católicos russos como gesto de boa-vontade com o papa Pio XI. Stálin desdenhou: "quantas divisões tem o papa?" A História mostrou que é muito forte o poder das idéias e da fé. O comunismo foi e a Igreja está aí. Ainda que mal pergunte: "quantos bispos tem Chávez?"

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