domingo, 17 de junho de 2007

O Triunfo de Marilena

O MAX não é nenhum Drummond, mas tem a sua Itabira: chama-se S. João do Triunfo. Está no segundo planalto, claro, entre Palmeira e S. Mateus. A alegria começa na estrada, que recebeu o sobrenome do MAX; linda paisagem, plena de curvas, subidas e descidas, árvores que filtram o sol, sombras que emocionam e secadores de fumo nas propriedades – dia de céu azul, carrinho conversível e doce mulher ao lado, o MAX é – sem tirar nem pôr - George Segal com a Audrey Hepburn no MG 52 (deve ser por isso o penchant pelo Álvaro Dias; ele fez a estrada). Ninguém conta, é segredo daqueles sicilianos, mas pra se enfiar lá o velho Francesco Saverio queria mesmo era ficar bem longe de Giuseppe Garibaldi – Chico Italiano odiou a unificação da Itália. Mal sabia que a sogra de Garibaldi estava ali, seguindo a estrada, via Porto União, em Laguna, S. Catarina. Cara contraditório, o Saverio, mal chegou no Brasil comprou carta patente de major da Guarda Nacional. Mal de família. Em Triunfo o MAX caçou passarinhos, começou o comércio de pintassilgos, matou sanhaços e frestava a Dega, deliciosa e concupiscente cabocla. E lá, ainda aos sete anos, foi mortalmente ferido pela flechinha de Cupido. A prima Marilena, quem havia de resistir? Polentona das loiras, daquelas que só tem na televisão italiana, olhos azuis e uma voz plena de inflexões e promessas. Ao MAX, Marilena só concedeu as inflexões. Ainda hoje, avós os dois, as inflexões de Marilena arrepiam – e as promessas, a malvada sempre deixa no ar.

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