quarta-feira, 23 de maio de 2007

O juiz e seu algoz

Irrecusável exigência da família: "comece a falar de coisas boas". Como se fosse possível tendo o ascendente em Escorpião. Vou tentar. Quase tem a ver com o A. Bierce, mas esta é de Friedrich Dürrenmatt, dramaturgo suíço, em O juiz e seu algoz (tem tradução e até filme, com o Jon Voight - o pai da Angelina Jolie). Três amigos, um deles uma jovem, de quem os outros dois gostavam. Um é policial, outro aventureiro. Este aposta que cometerá um crime perfeito na frente do amigo policial e nunca será apanhado. Mata a moça e se safa. Trinta anos depois se reencontram, um se aposentando, o outro riquíssimo, poderoso. O policial manipula provas e prende o amigo por um crime que este não cometeu. Explicação do policial quando o amigo, perplexo, pergunta de seu senso de justiça como policial. É a minha justiça, responde. Você não foi punido por um crime que cometeu, agora será punido por um que não cometeu. Tem detalhes interessantíssimos, de que vou poupá-los, porque FD merece ser lido. Interessa aqui a alegoria. Que é perfeita.

Um comentário:

Anônimo disse...

Guardadas as devidas proporções, lembra também Al Capone, que não foi preso pelos homicídios, pelo contrabando, pela extorção, pela corrupção do sistema judiciário, policial e político, mas por ter sonegado o imposto de renda...
Sérgio Barbosa