quinta-feira, 14 de junho de 2007

Renan, o decoro e a oitiva

Epitácio Cafeteira, relator, propôs o arquivamento da representação por quebra de decoro contra o senador Renan Calheiros. Insuficiência de provas. Provas, para Cafeteira, seriam as documentais. Está quase criando jurisprudência no poder legislativo a exigência da prova plena, como no processo judicial. Todos os parlamentares sabem que não é assim, mas não lhes interessa. Trata-se de julgamento político, e neste vale mais a posição majoritária da casa que as provas existentes – tanto para condenar como para absolver. Mas pelo amor do Lácio parem com isso de "oitiva" pra lá e pra cá. É jargão setecentista que só os advogados adoram. Tem palavras atuais e sinônimas. Oitiva lembra tiriva.

2 comentários:

Anônimo disse...

jnRogério:
Retifique: só 'alguns' advogados gostam de "oitiva".
Digo-lhe que em Maringá há um Porcurador da República que fala em "testemunha oitivada".
Já não é setecentismo e quinhen tismo (v. a carta do Caminha)
Wagner Pacheco

ROGERIO DISTEFANO disse...

Wagner, querido ex-chefe, sempre me ensinando. Lembro que ele escreve no estilo pão-pão-queijo-queijo, mestre da objetividade e discípulo de Guimarães Rosa.
Retifico: é quinhentista. Quem nem o nepotismo, pois Caminha na carta pediu ao rei um cartório para o genro.